Caminhei de um lado pro outro, tentando manter a calma, enquanto o Bernardo permanecia encostado na porta, me observando em silêncio. — Abre a porta, Bernardo… por favor. Eu estou irritada, não quero conversar agora. — Senta um pouco, Laura — ele pediu, com a voz baixa, quase um apelo. — Quando você estiver mais calma, eu te deixo sair. Bufei, contrariada, mas acabei me jogando no sofá, cruzando os braços, como uma criança teimosa. Eu não queria estar ali, não queria falar, não queria sentir… mas, ao mesmo tempo, meu corpo parecia preso àquele lugar, àquela presença. Bernardo se aproximou devagar, como quem sabe que qualquer movimento brusco poderia me fazer recuar ainda mais. Ele se agachou na minha frente, ficando na altura dos meus olhos. — Me desculpe — disse, a voz rouca de arrependimento. — De verdade, Laura, eu sinto muito por tudo que aconteceu ontem. Não é que eu não acreditasse em você… — ele passou a mão pelos cabelos, num gesto nervoso — mas a Rosa falou com tant
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