ARTHUR CASTELLANIO sol de Nova York batia forte contra os vidros espelhados da sala de reuniões da Império Global. Mas nenhum calor ali dentro se comparava ao que queimava sob minha pele enquanto eu deslizava os dedos pelas fotos recém-recebidas no meu celular.Cada imagem parecia uma bofetada silenciosa.Maitê. Com Caio. E o meu filho.Ela sorria.Ele se aproximava demais.E eu, do outro lado do continente, sentia o gosto amargo da impotência rasgando minha garganta. Engoli seco. Aquela era a mulher que eu julgava entender, proteger, manter perto — mesmo à distância. E ali estava ela: passeando com outro homem, em plena luz do dia, como se nada mais existisse.Respirei fundo, passei a mão pela barba, depois pelo colarinho da camisa, tentando esfriar a nuca quente. O segurança que coloquei na sua cola me enviou as fotos. Claro , precisava mantê-la diante dos meus olhos , tanto ela quanto o meu filho . Não confiava em Valentina .Disquei o número dela.— Maitê, como foi seu dia?A voz
Ler mais