MAITÊ
Eu ainda estava com o sangue fervendo. A discussão com Valentina rodava na minha cabeça como uma agulha riscando o mesmo trecho de um vinil velho. A raiva não passava. Mas não era só isso. Era exaustão. Era o peso de ter a sensação de estar carregando o mundo nas costas.
Benício dormia, sereno, em seu berço esplêndido de luxo - regalias de Arthur e é claro que eu adorava , éramos compatíveis em termos bons gostos por isso nos damos tão bem. O sol da tarde entrava pela janela, dourando os móveis de elite que sequer um dia pensei que teria na vida. Passar por essa onda de pressão era horrível , mas eu estava blindada dentro do meu palácio , por hora fingiria que o mundo lá fora não existia.
A campainha tocou depois de uma ligação rápida da portaria. O porteiro avisou que Graciela estava lá embaixo, querendo subir. Arthur havia deixado ordens expressas para que não liberasse a entrada de ninguém antes que nos fosse comunicado. Não era algo comum, e por isso meu coração acelerou com