Orson estava completamente tenso, o corpo rígido como uma rocha. No final, foi Zara quem praticamente o arrastou para fora. Se não tivesse feito isso, ele teria começado uma briga com Erwin ali mesmo. Embora Zara soubesse que Orson era um homem habilidoso, Erwin estava cercado por seguranças. Por mais que ela estivesse irritada com Orson, não queria que ele acabasse morto naquele lugar. Finalmente, eles chegaram ao hotel. Zara ainda não havia esquecido o fato de que Orson a tinha trancado no quarto o dia inteiro. Assim que entraram no quarto, ela soltou a mão dele quase imediatamente. Mas Orson, sem dizer uma palavra, segurou-a pelo pulso e a puxou em direção ao banheiro. Zara, a princípio, não entendeu o que ele estava fazendo. Só começou a perceber quando ele começou a tirar suas roupas de maneira apressada, quase agressiva. Foi então que as palavras ditas por Erwin mais cedo passaram pela sua mente, e ela finalmente entendeu o que estava acontecendo. Zara não conseguiu e

Quando Zara saiu do banheiro, Orson ainda estava na varanda falando ao celular. Sua voz soava calma, mas o ritmo acelerado das palavras deixava claro que ele estava lidando com algo importante. Zara não conseguiu entender o que ele dizia, e, para ser honesta, também não queria. Ela foi direto para o quarto, deitou-se na cama e fechou os olhos. Porém, as memórias do que havia acontecido ao longo do dia começaram a invadir sua mente, cena por cena. Zara sabia que Erwin não estava interessado nela de verdade. O que o intrigava era a Zara que ele acreditava que Orson enxergava. Para Erwin, Orson era como ele: alguém incapaz de se casar ou sequer considerar uma mulher como esposa. Por isso, ele estava obcecado em entender o motivo por trás da escolha de Orson. Esse tipo de pensamento era completamente insano. Mas o que deixava Zara ainda mais desconfortável era o fato de ela entender a lógica de Erwin. Isso, sim, era aterrorizante. No fundo, ela sabia: passar muito tempo ao lado de

No momento, Orson estava com Erwin. Embora tivesse levado um soco de Orson no dia anterior, Erwin parecia não se importar nem um pouco. Assim que viu Orson, ele até lhe ofereceu o charuto que estava fumando. Quando Orson recusou, Erwin riu e disse: — Então é sério? Você quer mesmo cortar relações comigo? Orson não riu. — Parei de fumar. — Ah, é? Deixe-me adivinhar... Também por causa da sua esposa? Orson ficou em silêncio. Erwin estalou a língua com desdém. — Você está sendo muito sem graça, sabia? Antes, você era um homem livre, cheio de vida, fazia o que queria. Agora se prendeu nessa cela chamada casamento e mulher. Não acha isso patético? E, sinceramente, eu não consigo entender o que ela tem de especial para te fazer agir assim. Do ponto de vista de Erwin, Zara talvez pudesse ser considerada uma mulher bonita. Sua inteligência não era extraordinária, mas estava dentro da média. E era exatamente essa "normalidade" que a tornava ainda mais comum. Se ela fosse c

Orson originalmente planejava levar Zara de volta para Brisa do Mar, mas, por algum motivo, mudou de ideia e a levou diretamente para a empresa. Não era a primeira vez que Zara visitava o Grupo Harris, mas era a primeira vez que Orson a levava pela mão de forma tão direta e pública. Por causa desse gesto, quase todos que cruzavam o caminho deles olhavam discretamente. Porém, por conta da posição de Orson, ninguém ousava encará-los abertamente. Os olhares, inevitavelmente, recaíam todos sobre Zara. Ela se sentiu desconfortável e tentou soltar a mão de Orson. No entanto, ele parecia determinado a contrariá-la. Quanto mais ela tentava se soltar, mais firme ele segurava sua mão. No meio de tantas pessoas, Zara sabia que não podia discutir com ele. Por fim, desistiu e decidiu ignorar os olhares curiosos, seguindo-o até o escritório. Quando Orson disse a Marta que não tinha tempo, ele não estava mentindo. Depois de passar alguns dias viajando, havia acumulado uma montanha de trabal

Percival reagiu rápido. Assim que Orson se aproximou, ele soltou Zara de seus braços. Zara, que até então tinha colocado todo o peso do corpo sobre Percival, perdeu o equilíbrio no instante em que ele retirou as mãos, balançando de forma visível. Mas Orson não se importou. Ele simplesmente a puxou com força para junto de si. — Irmão, não é o que você está pensando. — Percival disse rapidamente. — Zara só se assustou com a fonte, e eu a puxei para que ela não se molhasse. Não me entenda mal. Orson não respondeu. Ele limitou-se a encará-lo com frieza, antes de voltar sua atenção para Zara. Ela nunca tinha visto Orson com uma expressão tão sombria. Nem mesmo quando estava diante de Emory ele parecia tão furioso. Zara, porém, rapidamente entendeu o motivo. Percival não era apenas o meio-irmão de Orson. Agora, ele também era o homem que havia tomado uma parte das ações do Grupo Harris e entrado na empresa. A irritação de Orson provavelmente tinha mais a ver com isso do que com q