O celular de Orson já estava chamando, e uma voz do outro lado da linha atendeu com um “Alô”. Mas Orson não conseguiu dizer nada. — Sr. Orson? — A pessoa do outro lado continuou falando. Orson, no entanto, virou-se lentamente, com os olhos fixos em Zara. Ela estava parada ali, olhando diretamente para ele, sem desviar o olhar. — O que você acabou de dizer? — Orson perguntou, sua voz baixa, quase fria. — Se você realmente matar o Emory, eu também vou morrer. — A voz de Zara soou clara e imutável enquanto ela o encarava. Orson começou a rir de repente. Era uma risada descontrolada, como se ele tivesse acabado de ouvir a maior piada do mundo. Seu corpo inteiro tremia com o riso, mas seus olhos lentamente ficaram vermelhos, e ele podia sentir o gosto metálico de sangue em sua boca. Mesmo assim, sua voz permaneceu calma enquanto ele perguntava, com os olhos fixos nela: — Você está dizendo que morreria pelo Emory? — Sim. — E o Grupo Garcia? Você vai abandonar tudo? E a su

Dor, ódio, humilhação e terror. Todas essas emoções explodiram dentro dela naquele instante, tão intensas que até mesmo os movimentos de Zara ficaram brevemente paralisados.Mas, poucos segundos depois, Zara pareceu recobrar os sentidos, e sua luta recomeçou, ainda mais feroz.O homem continuava segurando sua boca com força, mas Zara não hesitou. Ela abriu a boca e cravou os dentes na base de sua mão, usando toda a força que tinha. Parecia que ela queria arrancar um pedaço da carne dele, e, dessa vez, o homem não conseguiu conter um gemido de dor.Aproveitando a fração de segundo, Zara ergueu o joelho e tentou acertar o abdômen dele com toda a sua força.No entanto, o homem já esperava por isso. Ele segurou sua perna com firmeza e a pressionou para baixo. Com um movimento rápido, soltou a mão que cobria a boca de Zara.— Me solta! Socorro... — Zara começou a gritar, mas não teve tempo de terminar. O homem pegou a gravata que havia tirado e a enfiou diretamente em sua boca, abafando qua

Enquanto Orson colocava a camisa, ele notou as marcas no pescoço. Inicialmente, ele não deu muita importância. Afinal, Zara já havia deixado marcas nele antes, especialmente quando costumava dar-lhe tapas no rosto, e ele ainda assim ia para o trabalho com as bochechas vermelhas. Mas, por algum motivo, ser observado por Erwin naquele momento o fez sentir-se desconfortável. — Ouvi dizer que as mulheres do seu país têm fama de serem recatadas, obedientes e delicadas. Mas, pelo que vejo, sua esposa não parece se encaixar nesse perfil. — Comentou Erwin, com um tom curioso. — Sendo assim, qual foi o motivo do seu casamento com ela? Enquanto falava, Erwin parecia cada vez mais interessado em Zara. Orson ergueu a mão e ajustou o colarinho da camisa, desviando o assunto: — Como estão as negociações com o pessoal da S.K? — Não estão indo bem. — Respondeu Erwin. A resposta foi seca, mas Erwin, sem se incomodar, continuou a conversa: — Aquele velho teimoso do David não quer ceder.

A voz de Erwin era calma demais, como se ele estivesse apenas comentando sobre o clima com Zara. Só então, quando Erwin virou-se para ela com um sorriso, Zara percebeu suas palavras. Zara só tinha visto Erwin uma vez antes. Naquela ocasião, ele tinha cumprimentado-a com uma educação impecável, mais por respeito a Orson do que por vontade própria. Ainda assim, o olhar de Erwin havia deixado claro o quanto ele a desprezava, carregado de uma arrogância que ele nem sequer tentava disfarçar. Agora, o mesmo olhar estava presente, mas parecia que ele tinha se dado conta de que essa atitude não combinava com o momento. Erwin tentou ajustar sua expressão para algo “mais amigável”. O problema é que ele não conseguiu. O resultado foi um sorriso que parecia mais uma careta distorcida e quase ameaçadora. Sem dar tempo para que Zara pensasse muito, Erwin continuou: — Você gostou disso, não foi? Eu posso dar para você. — Não precisa. — Respondeu Zara rapidamente. — Eu não entendo nada sob

A negociação de Orson foi bem-sucedida, mas, como era de se esperar, David não desistiu de suas intenções. Após a assinatura do contrato, David insistiu que Orson ficasse para um jantar, aproveitando a oportunidade para apresentar sua filha diversas vezes durante a refeição. Mesmo quando Orson deixou claro que era casado, David não se importou. Ele chegou a sugerir que sua filha poderia permanecer nos Estados Unidos, enquanto Orson poderia visitá-la sempre que tivesse tempo. Orson, obviamente, não deu ouvidos a essas palavras. Após muita insistência de David, ele finalmente conseguiu partir, mas já passava da meia-noite quando embarcou no avião. Assim que desembarcou, Orson foi direto para o hotel sem perder tempo. Durante esse período, Zara havia ligado para ele duas vezes. Da primeira vez, ele estava em uma reunião; da segunda, estava no avião. Em ambas as ocasiões, ele não pôde atender. Agora, enquanto estava a caminho do hotel, Orson tentou retornar as ligações. Zara, no