Vinicius se levantou e caminhou em direção à janela. Eu não fazia ideia do que ele pretendia, então, hesitante, me aproximei um pouco mais da pessoa deitada na cama. De perto, percebi algo que me deixou surpresa: além de ser incrivelmente bonita, ela se parecia muito comigo. Se meus pais ainda estivessem vivos, eu com certeza perguntaria a eles se, por acaso, tinham tido outra filha. Enquanto pensava nisso, olhei para a plaquinha na cabeceira da cama: Ivone Antunes, vinte e oito anos. Fitei a mulher no leito e, em pensamento, a cumprimentei: — Oi, Ivone. Eu sou Carolina! — Pode voltar agora. — Disse Vinicius, interrompendo meus devaneios. Ele falava ao telefone, chamando a enfermeira. Pouco depois, a enfermeira retornou, e eu o acompanhei para fora do quarto. Vinicius permaneceu calado, e eu também não disse nada. Caminhamos por um tempo em silêncio, até que ele, finalmente, quebrou o silêncio: — O médico disse que não tem mais chance de recuperação. A família dela já
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