Ademir estava de frente para ela, recuando lentamente. Quando percebeu que Karina permanecia parada, fez um gesto com a mão.— Vai, entra. Já está tarde.Karina não conseguia falar, então apenas assentiu com a cabeça.Se virou, então, e caminhou para dentro do pátio.Ademir observava suas costas com o coração apertado. Somente quando ela desapareceu de vista, a expressão em seu rosto se desfez por completo.De costas para ele, Karina não ousava olhar para trás, apenas seguiu em frente, sem parar.Só quando entrou na sala de estar e fechou o portão de ferro, enfim cedeu.Naquele instante, não conseguiu mais se conter. Se encostou na porta, e a mão que segurava a maçaneta tremia incontrolavelmente.Na outra mão, ela apertava com força o remédio que ele havia lhe dado.Naquela mesma noite, Karina mais uma vez despertou do sono para correr ao banheiro e vomitar.Ela sabia, com clareza dolorosa, que aquilo era uma doença psicológica.Sempre que via Ademir, aquilo acontecia.Mas sua doença..
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