Ademir logo voltou a si, recuperando aquela frieza habitual que tanto o caracterizava.
— Vamos.
— Tá bom. — Stéphanie respondeu, ainda um tanto intrigada.
O que acabava de acontecer? Por um instante, ela o viu como nunca antes: parecia ter se lembrado de algo... Algo acolhedor, talvez até doce. Todo o semblante dele parecia envolto por uma luz suave, como se estivesse coberto por um véu de ternura.
Teria lembrado de alguma coisa? Ou de alguém?
A essa hora, a confeitaria não estava cheia.
Assim que entraram, avistaram Karina na fila.
Os pastéis de nata ainda estavam no forno, então era preciso esperar.
Ao ver o vulto dela de costas, o olhar de Ademir suavizou de forma involuntária.
— Karina. — Stéphanie sorriu e deu um tapinha no ombro da amiga.
Karina se virou e, ao vê-la, sorriu:
— Srta. Stéphanie.
Mas então olhou para o homem ao lado dela:
— Ademir.
Ele curvou levemente os lábios, com o humor visivelmente melhor. Karina não o chamou de "Sr. Ademir", o que de certa forma o agradou.
Ma