Ademir estava um pouco nervoso, mas logo a soltou.
Os rostos dos dois estavam levemente corados, aquecidos... Mas, como era noite, isso não se percebia.
— A culpa é sua. — Resmungou Ademir, em voz baixa, mas seu tom não trazia reprovação, e sim uma ternura ferida. — Se queimou à tarde, e só agora resolveu comprar remédio?
Ela saiu tão tarde de casa, nem precisava perguntar para saber o motivo.
Era óbvio: se até aquela hora ainda se incomodava com a queimadura, era porque o ferimento era sério.
Havia lágrimas nos olhos de Karina, que murmurou com um toque de mágoa:
— Estive ocupada o tempo todo... Acabei esquecendo.
— Deixa eu ver. — Ao notar o brilho úmido em seus olhos, Ademir perdeu a paciência que tentava manter. Segurou delicadamente o queixo dela. — Abre a boca.
Karina assentiu com a cabeça.
Então era por isso que ele queria que ela abrisse a boca.
Será que ele percebeu que ela tinha se queimado à tarde?
Não só percebeu... Como ainda se lembrava?
Ademir pegou o celular e ligou a l