Zara observava atentamente Patrícia, mas seu olhar não passou despercebido, Patrícia logo percebeu.Com um sorriso para disfarçar, Zara comentou:— Filipe, você tem bom gosto, hein? Sinto que a Patrícia tem um charme muito especial.— Meu charme é especial? Deve ser porque pareço com você.— Claro que é. — Filipe, como se não tivesse notado nada além da conversa, olhou para Patrícia com certo orgulho. — A minha Patrícia é doutora em medicina, super inteligente.— Sério? — Zara se fingiu surpresa.Ela então lançou um olhar para Filipe:— Sua sorte é mesmo grande, hein?— Realmente, tive muita sorte. — Respondeu Filipe, com um sorriso.Enquanto ouvia a conversa entre os dois, Patrícia permaneceu em silêncio. Não queria se envolver, nem trocar palavras com eles. Estava extremamente quieta.— Filipe. — Zara percebeu que algo não estava bem com Patrícia e lançou um olhar de alerta para ele.Filipe então abaixou a cabeça e perguntou:— O que foi? Está se sentindo mal?— Não. — Patrícia respo

No entanto, Patrícia não esperou o gerente chegar. Assim que o carro de Filipe partiu, ela saiu logo em seguida.Na esquina, pegou um carro por aplicativo e voltou para a Rua Alameda.O apartamento, que ela sempre achava um pouco apertado, hoje parecia imenso.Patrícia sabia muito bem: o que estava vazio, na verdade, era o coração dela.Sentada no sofá, Patrícia soltou uma risada.Ela estava mesmo rindo, não chorando.O gosto dela para homens era mesmo péssimo. Não dava nem para comparar com a Karina.As feridas que Simão deixou ainda nem tinham cicatrizado, e agora surgia Filipe.Por isso todo mundo dizia que, ao terminar um relacionamento, não se devia começar outro logo em seguida.Porque, quando a pessoa estava fragilizada, ficava difícil enxergar as coisas com clareza.Essa frase descrevia perfeitamente o que ela sentia agora...Dessa vez, Patrícia nem conseguia mais chorar.Respirando fundo, Patrícia se levantou.Ela nem sequer tinha comido algo antes, Filipe a arrastou dali ante

— Não faça isso? — Filipe manteve a expressão inalterada, apenas franziu a testa. — Eu estou abraçando minha namorada. Qual é o problema?Patrícia falou com um suspiro de resignação:— Você não ouviu o que eu acabei de dizer? Eu quero terminar com você. Você não entende o que isso significa?— Entendo. — Filipe segurou o queixo dela com os dedos e disse. — Eu sei que você está chateada, está com raiva. Eu vou te acalmar, vou te compensar, então... Não brinque com esse tipo de coisa. Pode ser?Ao ouvir suas palavras, Patrícia ficou visivelmente surpresa, tomada por uma sensação de impotência.— Filipe, eu não estou com raiva, nem tentando te ameaçar. Eu estou falando sério. — Com medo de que ele não acreditasse, ela repetiu. — Filipe, eu quero terminar com você. Sobre o casamento, não fale mais nisso. Ainda bem que você nem foi à minha casa, os meus familiares nem sabem sobre nós.O semblante do homem parecia profundamente magoado, mas seus olhos estavam frios como gelo:— Patrícia, ess

— Filipe.Patrícia perdeu completamente a vontade de continuar dormindo, o rosto tomado por uma palidez de pura raiva."O que ele pensa que está fazendo? Depois de tudo que foi dito, de tudo que aconteceu ontem à noite... Ele quer fingir que nada aconteceu?"— Me coloca no chão.— Tudo bem.Ao chegarem ao banheiro, Filipe a colocou no chão, mas ainda assim continuou a segurá-la nos braços.Patrícia estava furiosa:— O que exatamente você quer?— O que foi? — Filipe respondeu com um ar de inocência. — Você pediu para eu te colocar no chão, não coloquei? Até quando faço o que você quer, ainda assim sou repreendido? A Dra. Patrícia tem mesmo um temperamento difícil.Ele sorriu e completou:— Mas eu não me importo com isso. Eu já disse, enquanto não nos separarmos, de todo o resto... Eu escuto você.Patrícia levantou o rosto, encarando ele:— Filipe, esse é o verdadeiro você, não é? Todo esse ar de cavalheiro, de nobre... E só fachada. Um verdadeiro cavalheiro me deixaria ir.O silêncio to

— Pare o carro.Patrícia não queria ouvir nenhuma justificativa dele. Tudo o que desejava era descer do carro. Ao tentar abrir a porta, seus dedos, quase por reflexo, pressionaram o botão da trava. Para sua surpresa, a porta não estava trancada.Ela nem teve tempo de pensar. Seus movimentos foram mais rápidos que seus pensamentos. Patrícia abriu a porta e saltou para fora num ímpeto.— Patrícia. — Filipe gritou, furioso.Ela ainda estava bem diante dos seus olhos. Ele estendeu a mão para puxá-la de volta, mas não conseguiu segurá-la.Patrícia foi arremessada para fora do carro, sendo lançada a uma distância considerável. Sob o impacto do solo e o atrito da queda, seu corpo inteiro foi tomado pela dor.Não teve nem tempo de pronunciar uma palavra antes de perder a consciência.— Pare o carro. Depressa.— Sim, senhor. — O motorista freou bruscamente.— Patrícia. — Antes mesmo que o carro parasse completamente, Filipe já havia saltado e corria em direção a ela. Ele a tomou nos braços. — P