A madrugada na Rocinha era um manto pesado, um silêncio que carregava o peso das bombas que estavam prestes a estourar. Lá em cima, no esconderijo mais seguro do morro, Rael apertava os punhos enquanto observava o horizonte, a mente correndo em mil planos. A loja Lexi, da Alexia, funcionava já faz três meses, uma conquista que ele sentia como luz no meio daquele breu, mas a guerra que se aproximava ameaçava tudo.A noite descia pesada na Rocinha, mas a luz da lua refletia no rosto duro do Rael, que comandava o quartel general improvisado na laje mais alta do morro. Ao lado dele estavam DV, MT, Sheik e PV, cada um com o olhar focado, atentos às movimentações nos rádios e celulares que tremiam nas mãos calejadas.— Rapaziada, não pode vacilar — falou Rael, voz grave cortando o silêncio pesado. — Treloso tá querendo dar o bote duplo, querendo invadir o Borel e a Rocinha de uma vez. Se a gente não fechar esse cerco, fudeu pra geral.DV, sempre o mais direto, cruzou os braços e rebateu:—
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