O estouro da madrugada

O relógio marcava 3h27 quando o primeiro alerta pipocou no rádio. A voz trêmula de um olheiro invadiu o canal da tropa com urgência:

— "Treloso tá vindo... múltiplas caminhonetes subindo pela entrada do Cacau. Tem cara mascarado, tem arma longa, e tem escudo tático!"

Aquele silêncio tenso que pairava sobre a Rocinha nos últimos dias explodiu feito granada. Rael já tava de pé antes da última palavra ser dita. Pegou o fuzil, encaixou o colete e bateu no ombro de DV, que dormia leve na laje da base:

— “Acorda, irmão. Chegou a hora.”

Em minutos, o rádio virou gritaria controlada. PV passou a visão direto do Borel:

— “Aqui também chegou! Treloso dividiu o bonde. Tentaram pegar a gente no cansaço. Mas aqui é PV, caralho, o Borel tá blindado.”

Rael respondeu seco:

— “Segura aí, parceiro. A Rocinha também não cai.”

Sheik já tava na linha, direto do esconderijo onde tinha colocado Luna — grávida até a alma. A voz dele era grave, firme:

— “Deixei minha mulher fora dessa. Se o bagulho virar, é a
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