Capítulo 3

Jason McKane

Estava em meu escritório andando de um lado para o outro escutando Melissa me pedir calma, eu estava ansioso não nego, poderia fechar um negócio importante e começar minha vingança dali a pouco tempo, Richel poderia chegar a qualquer momento e eu não queria perder tempo, já havia ensaiado o que dizer e quanto mais rápido fosse a conversa mais rápido as coisas iriam acontecer. Não demorou muito para que eu fosse avisado que ela havia chegado, Melissa queria nos deixar a sós mas eu pedi que ficasse e acompanhasse a conversa, ela melhor do que ninguém sabia dos meus interesses no possível acordo.

— Richel. — Estendi a mão assim que ela entrou, me cumprimentou e olhou Melissa que estava logo atrás de mim. — Essa é a Melissa, meu braço direito. — Richel apenas lhe deu um sorriso e um aceno com a cabeça, recebendo o mesmo de Melissa.

— Podemos ir direto ao ponto? Já tem uma resposta pra mim? — Ela parecia tão ou mais ansiosa do que eu.

— Primeiro eu quero que me diga sobre a vingança que mencionou.

— Jason eu não…

— Preciso saber onde estou me metendo, Richel! — A interrompi antes que se negasse a dizer o que eu queria ouvir. — Não posso aceitar algo sem saber do que se trata, eu não quero mais problemas do que já tenho.

— Tudo bem… — Richel respirou fundo, parecia procurar coragem para começar a falar. — A quase cinco anos, eu dei a luz a uma menina, dias após seu nascimento eu descobri que ela havia sumido, passei todos esses anos atrás da minha filha e meu pai sempre prometendo que a encontraria. Eu fiquei doente, fui internada em uma clínica de reabilitação até algum tempo atrás quando meu pai sofreu um infarto e teve de ser internado. Quando saí de lá, tomei as rédeas do tráfico e também das investigações sobre o sumiço da minha filha, foi quando descobri que os detetives que meu pai contratou não estavam fazendo absolutamente nada para achá-la. Fui atrás de um da minha confiança e ele em pouco tempo achou pistas de quem poderia ter a sequestrado.

— E você quer se vingar do tal sequestrador. — A história contada era triste de se ouvir, eu não conseguia viver sem meus irmãos, imagine sem um filho.

— E acho que você também quer se vingar da mesma pessoa. — A olhei confuso, Melissa tinha a mesma expressão. — Descobri a algum tempo que meu próprio pai tirou Alice de mim, ele a vendeu.

— Então Sebastian é tão baixo ao ponto de fazer mal a própria neta e a própria filha. — Minha vingança sairia com mais facilidade do que eu esperava. — Seu pai fez muito mal a mim e a minha família.

— Não sei ao certo o que ele fez, apenas fiquei sabendo que também queria vingança contra ele, por isso cogitei a ideia da união.

— A alguns anos atrás, meu pai passou o tráfico pra mim, ele dizia que eu tinha melhores condições de comandar isso tudo. Em poucos meses fiz o tráfico crescer como meu pai não havia feito em anos, consegui bons aliados, bons carregamentos de armas e drogas, e o Sebastian não gostou nada disso. Ele armou uma emboscada com a polícia, pegaram um carregamento meu de cocaína dentro do meu galpão, mas eu não estava lá, quem estava era meu pai, em uma suposta troca de tiros meu pai foi atingido e morreu na hora, o engraçado é que ele foi o único de todos que levou um tiro. Por fim, eu fui preso mas por pagamento de fiança e falta de provas suficientes eu fui solto logo depois.

— Acha que meu pai mandou matar o seu?

— Acho que ele queria matar a mim, mas errou o Mckane, meu pai morreu no meu lugar.

— E quer se vingar por isso. — Assenti — Por tudo que ele já fez de errado, por culpa dele minha mãe morreu, o seu pai morreu, a minha filha está Deus sabe onde, não sei nem se está viva, eu não vou pensar duas vezes em acabar com ele da forma mais dolorosa que possa ser.

— E como seria, na sua opinião?

— Tirar dele o bem mais precioso, o tráfico.

— O tráfico? Não acho que isso seja tão importante assim, ele deve ter outro bem, os filhos talvez. — Argumentei.

— Meu pai deixou minha mãe morrer por causa do tráfico, no meu nascimento ele não estava lá porque tinha uma reunião do tráfico, meu irmão estava à beira da morte e ele nem sequer apareceu porque estava ocupado com o tráfico. Ele não se importa com nada mais além disso, além do império que ele criou. O que seria pior do que colocar nas mãos do pior inimigo, os Mckane? Matar meu pai agora seria perda de tempo, eu não iria achar minha filha, e você não teria o gosto de ver ele sofrer, já está na cama de um hospital com os dias contados.

— Nisso você tem razão, matar seu pai agora seria pouco, e sua idéia me deixou animado. — Richel sorriu com satisfação. — Podemos concretizar a união, é só o tempo de organizar os papéis. Te dou um ano Richel, é tempo suficiente que preciso e é o tempo que terá para achar sua filha.

— É mais que suficiente, não acho que chegará a tanto. — Estendeu a mão. — Negócio fechado?

— Fechado! — Apertei sua mão como forma de selamento do acordo.

۝

Richel Decker

A conversa com Jason não durou muito tempo, me contou um pouco do que iríamos fazer e me disse também sobre a Melissa, a namorada, ela concordava com tudo, foi o que me surpreendeu mas também me deixou intrigada. 

Assinariamos os papéis dali uma semana, o tempo necessário para os trâmites dos documentos.

Fiquei pensativa com a vingança que Jason pretendia fazer, inicialmente tive vontade de concordar com qualquer barbaridade que ele quisesse fazer com o meu pai, mas, Sebastian ainda era meu pai e não poderia deixar que o matassem, por mais que ele tivesse feito coisas absurdas e que não tinham perdão, eu não era má como ele.

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