Um trabalho de risco

Oscar não podia acreditar!

Adorou ter aceitado ficar no lugar de seu amigo de faculdade. Eles haviam apostado que ele nunca suportaria uma noite trabalhando como motorista de aplicativo, afinal um cara que era um dos melhores advogado do país, filho de uma tradicional família de advogados, jamais aceitaria aquele trabalho.

Juan teria que passar a noite no hospital com sua esposa, que acabara de ganhar o quarto bebê do casal e eles haviam rido imaginando Oscar como motorista. O amigo havia falado que ele nunca aceitaria ou aguentaria a função. E ele acabou aceitando para ganhar a aposta e ajuda.

Ele sabia que suportaria. E talvez até fosse divertido. Tudo para não ir a uma determinada festa!

Olhou para fora da janela vendo o movimento. Pessoas de todo tipo indo e vindo. Ser motorista era até mais tranquilo que ser advogado. Então ele estava tirando de letra e podia dizer que estava até se divertindo.

Naquela noite conhecera bastantes pessoas bacanas e estava voltando quando recebeu uma mensagem de nova corrida.

Quando a viu parada na portaria de seu prédio, com aquele vestido provocante, ele soube que estava atraído por ela e que em outra ocasião a chamaria para sair.

Ele a achou atraente, certo, mas nunca poderia imaginar que faria amor ali com ela.

Sempre teve sorte com as mulheres, mas jamais quis que as coisas tivessem tomado aquele rumo.

Mentiroso! Gritou sua consciência.

É claro que queria. Ela era maravilhosa. Olhou discretamente para aquelas pernas, lembrando que estivera ali no meio alguns minutos atrás. Que provara seu sabor e que a virá gozar feita louca em seus braços. E ele havia adorado todos os instantes com ela.

Droga! Engoliu em seco sentindo aquele fogo subindo por sua pele.

Mas o pior: Ele reconhecera o endereço que ela havia dado.

Era o mesmo que de Marlene. Sua noiva!

Ele sentiu o corpo enrijecer e um temor tomou conta de si.

Poderia ser apenas uma coincidência? Ou ela estava indo para a mesma festa?

Queria perguntar, mas como? Ela não entenderia nada e ele teria que explicar demais. Coisas que ele não desejava.

Ele estava comprometido, pelo menos até que aquela farsa terminasse, ele não poderia se envolver com ninguém. Ele saia furtivamente com algumas garotas, mas sem nenhum envolvimento, mas aquela era inesquecível!

Olhou sorrateiramente para a mulher ao lado e concluiu que ela era muito parecida com Marlene.

Como ele não se atentou para aquilo?

Seria ela alguma parenta?

Ele encostou o carro.

Sua garganta estava seca.

Ele estava nervoso.

Viu que ela abria a bolsa para pagá-lo e ele odiou aquilo, sabia que ela sairia daquele carro e depois de sua vida. E que possivelmente eles nunca mais se veriam.

Ele queria levá-la para jantar em algum restaurante e depois terminar a noite com ela.

Mas ele não podia!

Lembrou de Marlene sua noiva, a mulher que praticamente o comprara e exigira que ele assinasse aquele contrato ridículo. Ele aceitou. Afinal a vida se sua família dependia dele. E não perderia os escritórios que sempre pertencera a sua família, por causa de uma irresponsabilidade de seu pai. Por causa de uma traição.

- Hei... Não quer o dinheiro?

Ela estendia o dinheiro para ele com um sorriso no rosto. Um sorriso tímido, mas cheio de insinuação. Ela ali, estendendo aquela grana, parecia uma garota de programa que havia lhe proporcionado uma noite de incrível prazer.

Aquilo estava ficando cada vez pior, concluiu ele pegando o dinheiro rapidamente, antes que fosse traído pela atração avassaladora e a agarrasse ali mesmo: No mesmo condomínio que a noiva morava. Seria ela alguma amiga ou parenta?

- Tudo bem...

Disse ela colocando a mão em sua coxa. Ele não esperava por aquilo e seu corpo traiçoeiro o traiu. Ele sem jeito retirou sua mão, mas, era tarde demais, ela também havia percebido o quanto ele estava excitado.

Incrível! Com um simples toque.

Ele sempre mantinha as rédeas nos relacionamentos, nas transas, mas com ela estava perdido. Aquela mulher conseguia fazer seu corpo derreter com um simples toque.

Ela era... Procurava palavras para descrevê-la: Deslumbrante!

E Deus, como ele a queria!

Seus olhares se encontraram. Ela com certeza sentindo o mesmo que ele.

- Eu tenho seu cartão, posso chamá-lo se precisar de você?

- Bom, na verdade, esse carro é de meu amigo... Sim, ele poderá ajudá-la com certeza. Estou encerrando a noite aqui.

Ele esperava que ela entendesse o duplo sentido daquela frase.

Ela pareceu entender, pois fechou a cara e retirou o sinto de segurança. E ele sem saber se ficou triste ou aliviado.

Fabiane sentiu um ciúme da possível mulher que ele tinha. Só a existência de uma mulher faria com que um homem ficasse cheio de remoço.

Pois era isso que ele estava sentindo.

Ela sabia.

Mas o que havia acontecido entre eles fora algo muito forte.

Algo além do entendimento dela.

Eles não teriam conseguido fugir aquela atração que os pegou ferozmente. Ele também havia sentido!

Ela queria ser a mulher que o esperava em casa!

Tonta. Saiu do carro.

Sabia que não poderia mais vê-lo.

Sabia que o que havia acontecido fugiu do controle dos dois.

Eles eram adultos. E com certeza ele esqueceria aquela cena, afinal um homem lindo daquele poderia ter qualquer mulher que desejasse.

Ela se despediu rapidamente e estava se afastando quando teve uma ideia. Já que eles não se veriam mais, qual o problema em dar a ele um presente, queria que ele ficasse com algo dela.

Abriu a bolsa e voltou gritando:

- Hei espere!

Ele estava parado com o carro, aguardando que ela entrasse e quando a viu voltando abaixou o vidro do carro surpreso.

O coração pulando no peito, a respiração suspensa.

Ele olhou o que ela havia jogado sobre seu colo e sentindo um calor percorrer todo seu corpo. Ela o olhava com aquele sorriso maroto e cheio de convite. Porem quando ele achou que fosse abrir a porta do carro e a jogar ali dentro e a possuí-la, ela virou e foi a caminho da entrada do condomínio.

Ele ficou ali, olhando aquele traseiro apetitoso e logo depois deu partida no carro, totalmente frustrado.

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