Capítulo 2

Alice acordou cedo para ir trabalhar, sua mãe já estava saindo. Ela correu para dar um beijo em Mercedes antes que ela saísse. O sol entrava através da janela cozinha e iluminava bem o ambiente, dando a impressão de estar calor na rua, mas ao contrário ventava forte mantendo a temperatura baixa.

- Coloque um casaco quente quando for sair, minha filha!

- Sim, mãe! Lembra-que hoje virei tarde para casa?

- Sim, querida! Peça para o Alfredo esperar você entrar em casa. Esta época do ano é muito perigoso para as meninas. Não tem ninguém na rua e pode acontecer algo.

- Eu sei mãe, e está perigoso para os meninos também! No fim de semana passado o filho da vizinha, foi assaltado dobrando a esquina.

- Não fiquei sabendo disso!

- A senhora também tem que tomar cuidado. Fico preocupada quando sai tão cedo, assim como hoje.

- Ninguém olha para uma velha na rua!

- Se torna alvo mais fácil! Cuidado.

- Irei tomar cuidado.

Mercedes deu um beijo no rosto de Alice que pegou um pão e colocou o café na sua xícara pensando em seu casamento que será em poucos meses. Seu vestido estava quase pronto, seria um presente da avó de Alfredo. Ela sorria enquanto imaginava todos os preparativos, principalmente como seria o bolo que sua madrinha iria fazer.  Pensando na decoração da fazenda da família de Alfredo, e como seria lindo aquele lago refletindo o brilho das tochas acesas.  Quase perdeu a hora de sair imaginando o sorriso de sua mãe. Lavou a xícara e deixou em cima da pia. Voltou correndo para seu quarto, se arrumou e saiu depressa. Chegou quase atrasada para abrir a floricultura.

Alice começou a colocar os vasos nas prateleiras que ficam na parte externa da floricultura. Logo em seguida sua colega, Joana, chegou.

- Desculpe o atraso. Bom dia!

- Bom dia! Eu quase me atrasei também!

- Perdi o ônibus tive caminhar quase quinze minutos para pegar o outro que ainda atrasou um pouco, havia um caminhão passando a ponte, então já viu, né?

- Sim, eu fico me perguntando, qual o motivo de não construírem outra ponte?

- Segundo meu pai é por causa da estrada que não comporta o fluxo de vai e vem ao mesmo tempo. Não sei o que quer dizer isso!

Joana começou a rir, enquanto Alice tentava entender o que significava fluxo... As duas estavam limpando os balcões quando entrou uma cliente. Joana foi atendê-la.

- Minha filha, eu quero um arranjo para levar para minha nora. Vocês tem comigo ninguém pode?

Alice arregalou os olhos atrás do balcão.

- A senhora tem certeza que quer levar essa planta? Ela não é muito própria para se dar de presente.

- Se conhecesse minha nora me indicaria uma outra?

- É... Não sei... – falou Joana sem jeito. - irei lá nos fundos buscar! Só um momento, por favor.

- E não precisa fazer embrulho nenhum!

- Sim senhora!

Alice continuou limpando, ainda meio sem acreditar no pedido realizado. Joana voltou com a planta na mão. A senhora olhou, pagou e saiu.

- Acredita nisso?

- Não consigo imaginar a pobre moça recebendo isso de presente.

- Ainda bem que minha sogra não é assim!

- Ai, Alice. Com você como nora, se ela fosse assim, tinha é que dar um chá dessa planta, não só a folhagem.

- Nem brinca com uma coisa assim! Ela não merece.

- Me conta... O que irá usar como arranjo de cabelo no dia do casamento?

- Eu imaginei fazer um trança e colocar flores naturais nela.

- Eu faço para você, se quiser!

- Eu quero sim!

- Seu cunhado, Luiz Alberto, me falou que irá nos buscar hoje! – Joana deu a volta no balcão e abraçou Alice por trás colocando as mãos em seus ombros e deitando a cabeça na extensão do braço direito olhando o rosto de Alice e sorrido.

- Eu sei, o Alfredo irá ficar até um pouco mais tarde na fábrica hoje e irá direto para casa. Iremos chegar praticamente juntos.

- Acha que o Alberto pode me falar algo hoje? – Perguntou levantando.

- Não sei, acho ele meio imaturo às vezes! Você sabe que ele é muito diferente dos irmãos.

- Mas eu o amo tanto! Não me importo que seja diferente.

Alice riu do jeito de Joana.

As duas ficaram trabalhando até a hora do almoço.

- Minha mandou almoço para nós duas!

- Minha mãe também!

- Vamos dividir então. Adoro a comida das duas...

- Elas poderiam abrir um restaurante juntas, imagina!

- Nós duas seriámos as degustadoras!

- Claro! Vou falar com a minha mãe.

- Não Joana! Estava só brincando.

Elas terminaram de comer e voltaram para a floricultura que ainda estava fechada. O dia passou rápido e quando viram já era hora de fechar. Alberto já as esperava na frente para irem jantar com sua família.

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