A Única Exceção
A Única Exceção
Por: Victoria T. Willia
Prólogo

Eu era uma covarde, naquele momento enquanto meu coração acelerava e meus músculos protestavam, percebi que sempre tinha sido uma. Era uma constatação amarga, eu o estava perdendo. Uma risada histérica escapou de meus lábios, que emocional de minha parte, não costumava deixar que sentimentos tomassem conta.

Aquela não era eu, bem não costumava ser assim.

Pelo menos não antes dele voltar para minha vida e bagunçar tudo, não antes dele me fazer pensar em coisas que nunca imaginei pensar. Desejar o que sabia que nunca deveria desejar.

Meus pés esmagavam o gramado bem aparado em meu caminho, tinha invadido o clube mais chique da cidade, driblado seguranças com a ajuda de meus amigos e estava a caminho de acabar com um casamento – ao menos eu esperava acabar.

Que merda eu estava fazendo? Por que estava fazendo aquilo?

As primeiras lágrimas inundaram meus olhos. Tinha demorado tanto tempo para me dar conta, tanto tempo para admitir meus erros, para entender que o amava e que minha vida não fazia sentido sem ele.

O que ele tinha feito comigo?

Além de emocional agora eu estava parecendo uma adolescente pateticamente apaixonada, o que era quase a verdade.

Parei ofegante diante da porta do salão onde a cerimonia deveria estar acontecendo naquele exato momento. Ergui a mão pronta a bater, mas balancei a cabeça. Que tipo de idiota bate na porta do casamento que quer destruir.

Respirei fundo. Como aquilo tinha começado mesmo? Não importava eu só queria ele na minha vida.

Aquele homem despertava sentimentos que nunca tinha sentido na vida, eu me sentia vibrante, feliz e amada como não lembrava de já ter me sentido.

Lembrei de seus olhos, lábios, seu toque e foi invadida por uma gama de sentimentos tão forte que quando me dei conta estava no meio da passarela, em cima de um tapete vermelho com uma multidão de olhos grudados em mim.

Meu coração saltou em meu peito e segurei minhas mãos que tremiam, engoli em seco e encarei o motivo de todos os meus problemas, e talvez a solução para todos eles também.

Nossos olhos se cruzaram e a futura esposa dele pareceu que me mataria, não podia culpa-la.

O silencio começou a se tornar opressor e mesmo que eu quisesse correr dali, sabia que precisava arriscar tudo ou jamais saberia como tudo aquilo terminaria. Era tudo ou nada.

Caminhei confiante ficando a poucos passos do homem e da mulher que pretendiam se casar, e que se tudo desse certo eu estragaria bem ali.

— O que você...

— Eu estava enganada... sobre tudo... Eu te amo.

Aqueles que foram capazes de ouvir soltaram exclamações de surpresa, e os cochichos começaram. Respirei fundo.

Não tinha volta, já tinha ido longe demais para fraquejar naquele momento.

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