Capítulo 1: Centro Desmoralizado (parte 4)

--é um prazer lhe conhecer Magne Mauricius, me chamo de Liria Návairidia.--

Ela falava e mordia levemente aquele fruto se lambuzando levemente sua face com o suco do mesmo, vendo-me de forma curiosa e um tanto diferente como se quisesse algo. A jiboia que descia aos poucos chegava em meus pés e subia em minha perna. 

--Bom senhor Mauricius, lembro agora algumas coisas que minha família comentou sobre você. tu és bisneto da Erlina, a tempestuosa. Minha mãe contou-me sobre essa história. Mas me diga, já que és familiar de tal pessoa... a lenda é verdadeira?-- 

Ela perguntava, conseguia segurar um pouco do riso com uma face ténue e suspirava enquanto a criatura se enrolava em minha coxa.

--Queres na teoria ou na prática?--

Perguntava a ela, tirando o sorriso confiante do rosto da medusinha, a deixando com uma cara genuína de dúvida.

--como seria na prática.....?--

Estendia a ela minha mão do braço direito que também portava a braçadeira de minha bisa. 

--toque em meu dedo e descobrirá.--

sorria em sua direção, ela ficava desconfiada e com um olhar sério, com sua mão tocou por um segundo meu dedo e liberei um pequena ponta da energia do bracelete. Causando um leve choque em sua mão, que levantou para cima imediatamente mostrando sua cara de surpresa.

--nossa! isso não se faz com uma dama!...mas devo admitir... fiquei surpresa, pensei que seria uma coisa mais clichê.--

A garota ria levemente, me punindo indiretamente fazendo seu cabelo serpente apertar mais minha perna enquanto subia de forma bem mais rápida.

-- Então, senhora Liria, agora lhe tenho uma pergunta. Oque te fez ter olhos a meu ser? Que sei não sou um dono de muitas propriedades e minha beleza é um tanto diferente .-- 

dizia aquilo enquanto a serpente subia em minha perna, agora de forma mais calma repousando a cabeça em meu robe, perto de meu quadril.

--Se propriedades e beleza fosse meu desejo... eu estaria indo atrás de um herdeiro de um rico aristocrata ou de um aventureiro Bardo que ganhou centenas invadindo masmorras de monstros. Mas algo me interessa em ti... você é uma pessoa que não se vê todo dia-- 

Sua fala estava bem relaxada enquanto me olhava de forma serena e concentrada, tinha sensação que poderia ser um interesse dela. Mas ainda desconfiava muito daquela bela moça. Ela discursava de forma lenta enquanto aquelas escamas passavam por minha túnica começando a me enrolar lentamente até meus ombros, a cobra agora com sua cabeça em meu pescoço passava aquela língua levemente em minha pele, incomodava bastante no entanto não queria tirar minha postura para me queixar. A garota se levantava de seu cômodo, indo lentamente a minha direção já se sentando em cima do apoio de braço da cadeira, seu cabelo caía em mim enquanto ela acariciava com seus dedos o grande réptil. 

-– Então para ti, sou uma pessoa diferente? e oque me faz ser diferente dos outros que você conhece, Liria?-- 

As unhas delas raspavam por debaixo de meu queixo até chegar em meu cavanhaque onde ela pegava com seus dedos, ela tocava em minha testa com suas outra mão brincando com meus cabelos enrolados.

-- sua aura, sua presença se mostra diferente do que já vi. e que às vezes o diferente é bom, mas há outros motivos no entanto não posso dizê-los... e infelizmente devo lhe dispensar desta calorosa conversa. Não quero que sofra depois por minha causa quando os donos da casa retornarem.-- 

O sorriso dela mostrava um pouco de sadismo e certo orgulho, aos poucos ela me desamarrou do esmagador serpentino que me enrolava, consegui finalmente me levantar com certa falta de ar. Levantei minha mão enquanto a fazia um sinal de despedida 

--Espera, tenho uma lembrancinha para lhe dar antes de partir. Magne.--

A jibóia desferiu uma mordida em minha orelha, pegando suas duas maiores presas de um lado da boca no lóbulo de minha orelha, a dor causada era aguda assemelhava-se a ser perfurada por dois pregos ao mesmo tempo. Rindo um pouco a moça colocava no lugar dos dois furos um enfeite escuro semelhante a um 8 de cor roxo bem escuro. 

--Por enquanto isto pode não parecer útil e doloroso. Mas no futuro, quem sabe você usará disto.-- 

A medusa terminava de encaixar aquele "brinco" e se afastava se deitando em sua cama de forma bem peculiar, olhava aquilo e me sentia um pouco atiçado, mas entendia que era questão de tempo até que os pais da garota chegassem no lugar. Começava a descer as escadarias de forma devagar, me precavendo contra o encontro com outras pessoas na saída. Via que estava limpo, mesmo assim, preferi procurar outra saída evitando ser visto pelos outros residentes, com um pouco de tempo e com o conhecimento que eu tinha sobre construção. 

Fui passando pela uma cozinha e indo direto pela outra passagem, vi alguns servos da residência e coloquei umas moedas de cobre na mesa para eles, na tentativa de silenciar suas vozes. Saindo pela porta, dei-me conta com um beco aberto onde alguns servos passavam sem serem vistos pelos outros membros da alta sociedade, comecei a me aproximar de um pequeno grupo de camareiras e amas de leite. De início, elas estavam um pouco incomodadas mas usando um pouco de charme e delicadeza em minhas palavras consegui me juntar a aquele humilde grupo. andando em direção dos bairros mais agitados. já estava ficando tarde muito, a noite se eleva perante as benção de Lunaren, várias estrelas "pintavam" os seus escuros criando centenas de constelações. Estava me apressando, corria levemente por alguns instante para terminar o'que tinha começado.... chegando novamente a grande feira, iniciava minha procura ao Rattan.

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