Capítulo 1: Centro Desmoralizado (parte 5)

Tendo a infelicidade de não ter sucesso, ele havia desaparecido com o aumento do movimento... fiquei um pouco frustrado, mas entendia os motivos que o levaram a fazer aquilo, me sentei em um dos bancos de pedra, refletindo um pouco enquanto comia uma fritura feita de frango. Comia de forma devagar enquanto observava o toda minha volta, estava bem cheio e agitado com pessoas de fora e muitos nativos que tentavam ganhar fama, alguns escreviam com grafite nos pilares o nome de muitos candidatos que tentavam entrar na vaga de Maltius. Conseguia ver até um certo tom de humor daquelas frases e desenhos, porém com o tempo vi um ser se aproximando o olhando com elevada seriedade e certa hostilidade.

Mesmo assim  ele se sentava ao meu lado, com um sobretudo que tampada de sua cabeça até seus pés deixando apenas parte de seu rosto, percebi que era humano mesmo que não soubesse se era um ex escravo ou um imigrante esquisito. O homem olhou para mim e apontou sua mão escura como um carvão em minha direção, no momento olhava aquilo com certa irritação e me levantava, escutei uma risada tosca e roca saindo dele enquanto o mesmo fazia um sinal com seu polegar passando em seu pescoço, na outra mão, ele começava a somar números de forma forma muito aleatória e inconveniente. Olhei para ele já sacando meu gládio colocando na cabeça dele 

-Não minta... quem te pagou?- 

eu levantava o capuz dele e notei que era um Abissal... um mão de navalha, ele sorria sorrateiramente fazendo o sinal do silêncio para mim.

-Vim dar um aviso. Não sei, mas acho que devo o dizer as seguintes palavras, sabia que os ratos mataram o elefante dormindo?- 

Ele começava a gargalhar de forma histérica enquanto eu pressionava a lâmina no pescoço dele, todos o olhavam como uma aberração.  Aquela coisa sacava uma garrafa branca puxando a rolha com a boca fazendo um denso nevoeiro se formar, eu o atacava na tentativa de decapitá-lo mas errava o golpe miseravelmente, ele desaparecia. Todos olhavam a situação assustados ou mesmo apavorados com a atitude, muitos corriam fugindo da névoa branca. 

Os guardas corriam em direção da mesma, chegava ao local sem entender nada, olhando para todos tentando ver o acontecido. Alguns plebeus iam em minha direção me questionando sobre o ocorrido. Eu guardava meu gladio na bainha, atento.

 --Era apenas um homem louco, brincando com itens mágicos.... fiquem tranquilos, logo logo ele se entrega ou é achado num beco tombado de bêbado.-- 

Os respondia enquanto arrumava minha túnica e saia do lugar, esperava o pior... um ataque a qualquer momento ou mesmo o uso de um feitiço contra minha pessoa. A noite chegava a todo seu ápice, as duas luas estavam em sua total beleza iluminando aos poucos a grande cidade. Em minha mão esquerda estava uma pequena orbe que usava para conjurar magias e na mão direita, a empunhadura da espada, trilhava meus passos pelas ruas centrais, evitando os meus atalhos. Vendo o cotidiano noturno do povo, algumas luzes coloridas se espalharam em algumas casas, cada uma com um significado... o rosas simbolizavam prostíbulos de exóticos, o verde mostrava locais de leilões de objetos de luxo ou perigosos e o vermelho era a mais repugnante... mostrava as rinhas de escravo.

Mesmo acostumado com algumas luzes notava iluminações diferentes, poderiam ser casas de apostas ou mesmo duelos arcanos(esta última uma prática proibida por diversos motivos), continuava em meu caminho nas ruas agora vazias... o ar estava calmo, as poucas coisas que faziam barulho eram algumas pessoas em bancos esperando algum "serviço" ou mesmo um encontro.  Tinha em minha mente grande preocupado com o meu redor, mas ainda nada acontecia.... não via ninguém nas correndo nas paredes, nos telhados, andares suspeitos na rua em minha direção ou algum ser voando, só conseguia perceber apenas uma rua vazia. 

Com um pouco de tempo, cheguei em casa entrando e trancando a porta, parava encostando as costas em uma estante pensando o porque daquilo ter ocorrido, sentia que aquele ocorrido tinha sido um trocadilho para me fazer fugir de Centurion ou me humilhar perante todos... já que mãos de navalhas, mesmo sendo seres cruéis, eram filhos do deus de Dooma, sendo inconsequentes e precisando de pouco para motivá los a fazer aquela ação. Colocava a mão na cabeça enquanto me levantava da estante, fiscalizava tudo pela casa a procura se houve algum roubo ou objeto caído, depois de ver que estava tudo limpo fui a procura de minha mãe para ver como ela estava. 

Entrei em seu quarto de forma silenciosa, observava ela dormindo pesadamente e bem, vi que a janela estava aberta então fui lá e a fechei para evitar incômodos. Ia em direção de meu quarto, fazia uma pequena vigia na janela a procura de algo suspeito mas não achava nada, a fechava e logo começava a inspecionar meu quarto a procura de algo de errado, um inseto venenoso, uma serpente silenciosa, agulhas, rastros mágicos... mas nada encontrava. 

Me sentava na cama suspirando, comecei a preparar uma magia de alerta que encobria todo meu quarto e ia dormir em seguida. 

No outro dia acordava tranquilamente, testava minha magia e notava que ela ainda estava ativa e logo eu a desativava para evitar certos importunos, saindo do quarto andava até o quarto da minha mãe para vê-la e certificar que estava tudo bem. Me senti aliviado que todo aquele discurso que o abissal  havia feito era pura balela, começava a me arrumar para dar um ponto final à negociação. ia até a cozinha já preparava alguns pães com um pouco de geleia mista, comia alguns e deixava outro na mesa para quando ela acorda-se. 

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