O fantástico paradoxo de Ouro Fundo - Volume I
O fantástico paradoxo de Ouro Fundo - Volume I
Por: J. Eff
...interlúdio...

Uma noite sem lua enlutava tenebrosamente a adormecida Ouro Fundo, capital de “lugar nenhum” e incrustada num pequeno pedaço de terra no meio do nada. Não raro alguns dos seus habitantes vislumbravam aventuras mesmo diante do completo marasmo onde quase nada, quase nunca acontecia. Mas aquela sombria madrugada de certo modo mudaria tudo para sempre.

Beatriz Torres e seu ousado companheiro de trabalho entraram silenciosamente no Centro Educacional de Ouro Fundo. A escuridão local tornava a incursão ainda mais tenebrosa enquanto os dois esgueiravam-se pelas paredes. Após atravessarem um corredor margeado de salas, chegaram próximos a um auditório onde já podiam ouvir um diálogo acalorado. A jovem abriu lentamente sua mochila, retirando uma máquina fotográfica, pronta para registrar o que presenciaria ao dobrarem o corredor seguinte. Fez sinal para que o outro esperasse e se aproximou um pouco mais. Sua calça de um jeans escuro surrado e a blusa preta sem mangas permitiam um quase ofuscar entre as sombras das pilastras ao redor. Antes de prosseguir, a jovem puxou o gorro que cobriu seus longos cabelos negros e sombreou seu rosto alvo. Por fim, Bia respirou fundo, contendo o ar nos pulmões, e esgueirou-se com a câmera junto ao rosto para o registro que provaria sua teoria. Antes que pudesse fotografar, porém, foi tomada por um pavor paralisante. E, diante de seus castanhos olhos arregalados, um evento inexplicável se consumava. Uma forte luz emanava, dispersando uma energia descomedida que em instantes eclodiu, engolindo tudo conforme expandia. O grito vindo do centro da luz foi abafado pelo devastador som de uma explosão fazendo a garota voar e atingir uma das paredes. No mesmo instante tudo começou a tremer e ruir. Rachaduras espalhavam-se como artérias, abrindo caminho através dos pilares e paredes rumo ao teto, iniciando um inevitável desmoronamento prestes a soterrar os incautos visitantes.

Sente-se perdido? Deslocado, talvez? Bem, creio que a descrição deste fúnebre acontecimento não seja a melhor forma de começar esta fantástica história. Então me permita voltar um pouco e começar, na falta de uma expressão mais apropriada: pelo começo.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo