Nem com todo o dinheiro do mundo, Mateus, um dos homens mais bem sucedidos do reino, trabalhando diretamente com o rei, consegue salvar sua filha do leito de morte. A sugestão desesperada de uma de suas criadas, em buscar a magia negra com a bruxa de negro, é a sua única e última saída. O que ele não esperava, era que a bruxa fizesse uma barganha, que caso a bruxa salvasse sua filha, ele deveria se casar com ela. O problema maior, era que aquela mulher escondia o seu rosto num pesado véu negro de todos no povoado.Havia muitos comentários terríveis em relação a bruxa. Quem seria ela? Como ela seria? Mateus estaria disposto a ceder aquela chantagem?
Leer másMateus fitava Diana com uma expressão assombrada. Não conseguia acreditar que alguém pudesse mudar tanto assim. Aliás, tudo à sua volta mudara e estava de ponta cabeça. Ao exterminar com Gandor, se transformou em um herói com direito a todas as honrarias e glórias inclusive visitas ao castelo do rei Alleor. Era convidado para todas as festas, mas tinha que participar delas sozinho, pois as filhas se recusavam a sair e a falar com ele, desde que souberam a verdade sobre Brisa e o fato de ele se manter afastado. E, agora, Diana... –Não me olhe assim! Sabe Mateus, eu fui muito egoísta em toda a minha vida. Fútil, esnobe e uma péssima mãe. Preciso confessar, aprendi muito com essa moça, a tal Brisa. Nem com um terço da minha beleza consegui fazer algo de bom, ao passo que ela com to
A partida de Brisa foi tumultuada entre choros e pedidos dos empregados, das meninas, da alegria vitoriosa de Diana e da fúria de Mateus, no qual tentou dar-lhe dinheiro, o que é óbvio, ela não aceitou, o levando a comprar Olívia para que o pegasse sob todo o tipo de ameaça. Queria pegá-la nos braços, levá-la para o seu quarto e amá-la até que os dois se exaurissem. Seu bom senso, porém, falou mais alto, como sempre, e não moveu um dedo para impedi-la. Mateus retornou para as batalhas. Diana passava horas em seu quarto e muito pouco falava com as filhas, que faziam questão de ser manter a uma boa distância da mãe. Brisa trabalhava, incansavelmente, no hospital ao lado dos médicos. Houve um caso de uma mulher queimada, que causou espanto em todos a sua
Diana se debatia e esmurrava as grades da pequena cela, lugar em que fora jogada pelos homens de Gandor. Saqueada na estrada, foi arrancada de sua carruagem e levada até aquele lugar imundo e fétido. Tudo ali cheirava a merda, inclusive aqueles homens barbudos e sujos que deveriam estar sem banho há muito tempo. Estava apavorada com a possibilidade de ser tocada por um deles: –Lembrem-se homens; – disse um de seus raptores. –As melhores mulheres são de Gandor! De repente seus olhos esmeralda se iluminaram ao lembrar-se de outra conversa que ouvira, no caminho até o seu cárcere, e feito louca se parou a gritar: –Quero ver Gandor, agora!
–Não posso realizar esse casamento. Não com uma bruxa no altar, e de madrinha ainda por cima. Seria uma heresia! Eu estaria infringindo todas as leis da santa igreja! - gritou Ernesto, o padre da igreja do vilarejo, furioso. Era conhecido por ser brigão, mandão e comilão. –Por favor, padre, não complique a minha vida. – pediu Mateus irritado. –Preciso viajar e voltar aos campos de batalha, mas para isso João e Marga têm que se casar, afinal sou o padrinho. Vai recusar a boa oferta em moedas de ouro que fiz? –O dinheiro pouco importa! O que conta são meus princípios! –Desde quando?&n
Enquanto isso, batalhas sangrentas aconteciam nos vilarejos entre os homens de Mateus e o bando de Gandor. Pessoas eram roubadas, mulheres violentadas, e queimadas como bruxas em imensas fogueiras. Famílias inteiras mortas pelos saqueadores que aumentavam a cada dia. A maldade e a violência ficavam maiores e intensas. A cada luta, Mateus se perguntava o porquê daquilo tudo. Que tipo de ser humano era aquele que sujeitava o outro a sua força, à sua brutalidade e a vontade de matar daquela maneira estúpida? Num dos embates, foi ferido no peito, porém, nada que o derrubasse, pois era um dos melhores guerreiros, e com sua espada já havia arrancado muitas cabeças. Infelizmente, era matar ou morrer.
Os comentários pelos arredores do castelo eram: –Você viu como a bruxa trouxe de volta o bebê da jovem Marga? Ela soprou na orelhinha dele e o bebê ressuscitou! –E os portões com dezenas de pessoas, do lado de fora, com fome e doentes a espera dela? O que é aquilo? –Ela deu pães e dinheiro àquela gente, imagina se o senhor Mateus sabe? Vai empobrecer o patrão! –Ela cura quem a procura com sua magia negra. Sabe-se lá o que devem dar em troca. –Ela deveria ser queimada numa imensa fogueira! Ela faz o bem para disfarçar o mal. –Vendem a alma a ela... Nem preciso dize
Último capítulo