você não é minha mãe!

## Natália

— Estou esperando a resposta, mãe, se é que posso te chamar assim.

Renata coloca a xícara na mesinha de centro com brutalidade, derramando chá pelo móvel.

— Anda bebendo, menina? É claro que sou sua mãe!

— E a Lourdes?

Os olhos dela ficam extremamente esbugalhados como se estivesse vendo o capeta.

— A empregada abusada que trabalhava aqui? Ela morreu devido a um assalto, sabe como o Rio de Janeiro é perigoso.

Seu tom de voz é nervoso.

Seus cabelos são negros, lisos, longos, olhos azuis-claros. E eu e Verônica não parecemos com ela, nem com o nosso pai.

— Por muito tempo eu fui burra e deixei vocês fazerem tudo comigo. Mas eu mudei! Lourdes é a minha verdadeira mãe!

Digo com convicção.

Renata tinha ciúmes de Lourdes, foi por isso que ela foi demitida.

— Não diga bobagens, garota, eu sou a sua mãe.

— Não é! Me diga, Renata, você armou um assalto para se livrar dela?

Sua expressão a denuncia.

Me levanto.

— Ainda bem que não sou sua filha. Talvez Verônica tivesse outro caráter
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