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**Sábado, 10h46 da manhã**
Olho para a mulher à minha frente que só falta esfregar os seios, quase pulando para fora do decote extremamente generoso.
— Quando vamos fazer nosso bebê, gato?
— Nunca. Saia e chame a próxima.
A mulher se levanta com um olhar furioso.
— Não queria mesmo.
"Eu mereço", digo, afundando os dedos em meus cabelos.
Já entrevistei nove candidatas e todas só queriam saber de casamento e romance.
Outra mulher entra. Ela usa um vestido transparente e está mastigando um chiclete.
— Olá, fofinho, estou louca para ser mãe do seu bebê. Podemos fazer agora mesmo.
Suspiro, frustrado.
— Saia e diga para as outras que as entrevistas acabaram.
— Babaca.
Fala e se retira, batendo a porta com força.
"Nenhuma delas vai ser a mãe do meu filho!", penso. Sinto meu estômago roncar e decido ir para a cozinha fazer um lanche.
Ao entrar, quase escorrego por conta do chão molhado. Acabo esbarrando em Luciana, que estava de saída. A água do balde respinga em meu terno.
— Ai, meu Deus