O silêncio que se seguiu à partida abrupta de João era mais ensurdecedor do que qualquer grito. Elara permaneceu na cadeira, as lágrimas secas no rosto, o corpo pesado como chumbo. A imagem de João, com a dor e a raiva estampadas em seu rosto, gravou-se em sua mente, um lembrete cruel da ferida que ela havia aberto. Kael, ao seu lado, era uma presença silenciosa, mas sua energia, antes contida, agora parecia vibrar com uma intensidade que Elara podia sentir. A tempestade havia passado, mas a destruição que ela deixou para trás era palpável.
"Ele vai voltar," Elara sussurrou, mais para si mesma do que para Kael. "Ele sempre volta." Mas a voz dela não tinha convicção, e a incerteza pairava no ar como uma névoa densa. Kael não respondeu imediatamente, seus olhos fixos na porta por onde João havia saído. Ele estava processando, analisando, tentando compreender a complexidade da emoção humana que ele havia testemunhado. A fúria de João, tão visceral e descontrolada, era algo que ele, em su