O grito de João ecoou pela sala de jantar, quebrando a frágil bolha de esperança que Elara havia tentado construir. A cadeira tombada, o cheiro de moqueca agora misturado ao azedume da raiva, tudo contribuía para a atmosfera de desastre iminente. Elara sentiu o sangue gelar nas veias, o medo se misturando à frustração. Ela sabia que a reação de João seria forte, mas a intensidade de sua fúria a pegou desprevenida. Kael, ao lado dela, permaneceu imóvel, seus olhos fixos em João, absorvendo a explosão de emoções humanas com uma intensidade quase científica.

"Corno?!" João repetiu, a voz embargada pela indignação, as mãos cerradas em punhos. "É isso que você quer, Elara? Que eu seja o corno da história? E com um... um ET? Você enlouqueceu?" Ele gesticulava, os olhos faiscando, a veia na testa pulsando. A dor em sua voz era palpável, uma mistura de traição e incompreensão. Para João, a proposta de Elara não era uma solução para um dilema cósmico, mas uma afronta pessoal, uma quebra de con