A brisa da manhã trouxe um frescor amargo, como se a própria natureza soubesse que algo sombrio estava se aproximando. Lírica e Kael estavam lado a lado, com Aedan alguns passos à frente, conduzindo-os para uma nova localização. Ele parecia mais tenso do que de costume, seus olhos sempre escaneando a floresta ao redor.
Kael não conseguia ignorar o peso do que acontecera na noite anterior. As palavras da sombra — ou melhor, a sua própria voz distorcida — ecoavam em sua mente. Ele sabia que enfrentar seus medos seria difícil, mas não esperava que o confronto fosse tão visceral. Sentiu-se vulnerável, exposto, como se cada parte sua tivesse sido dissecada e avaliada.
— Você está bem? — Lírica perguntou, quebrando o silêncio. Sua mão tocou suavemente o braço dele, trazendo-o de volta à realidade.
Ele olhou para ela e forçou um sorriso. — Estou. Só... processando tudo.
— É normal. — Ela disse, sua voz baixa, mas cheia de convicção. — O que você enfrentou não é algo fácil de esquecer. Mas vo