O silêncio dentro do carro era cortante, carregado de tensão. Isabele mantinha os braços cruzados, o olhar fixo na estrada, determinada a ignorar a presença de Álvaro ao seu lado. Mas era impossível. Cada pequeno detalhe dele — a maneira como suas mãos firmes seguravam o volante, a postura dominante e relaxada ao mesmo tempo, o perfume amadeirado e masculino que pairava no ar — fazia seu corpo inteiro entrar em alerta.
Álvaro também não parecia disposto a facilitar as coisas. Mantinha aquele sorriso de canto, presunçoso, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre ela. — Vai ficar calada o caminho inteiro? — ele provocou, lançando um olhar de soslaio para ela. — Eu não tenho nada para falar com você. — Engraçado… Ontem à noite você tinha muito para me dizer. Ela sentiu o rosto esquentar e os músculos se retesarem. — Você é um idiota. Ele riu baixo. — E voc