O ar no cativeiro era pesado, impregnado pelo cheiro de mofo e suor. O colchão fino onde Isabele estava jogada parecia um ninho de angústia e desespero. Seus pulsos doíam devido às amarras apertadas, e seus lábios estavam ressecados pela mordaça que a impedia de gritar por socorro. Ela se sentia fraca, vulnerável, e seu corpo inteiro tremia de frio e medo.
A porta rangeu, arrancando-a de seus pensamentos sombrios. Seu coração acelerou ao ver mais um sequestrador entrar. Ele usava roupas escuras e uma máscara, assim como os outros, mas havia algo diferente nele. Seus movimentos eram mais hesitantes, sua postura menos ameaçadora. O homem caminhou até ela e, para sua surpresa, ajoelhou-se ao seu lado. Com gestos rápidos, desamarrou suas mãos e retirou a mordaça que sufocava sua boca. O alívio imediato da liberdade foi ofuscado pela incerteza. — Por favor… — sua voz saiu rouca e trêmula. — Me deixa ir embora…