Kate Ferreira
Me observei no espelho, e um sorriso surgiu nos lábios. Eu estava me sentindo perfeita. Não porque fosse a mulher mais bonita de São Paulo, mas porque, por algum motivo, hoje eu me enxergava do jeito certo.
O vestido preto abraçava meu corpo com firmeza, estruturado como um blazer de corte impecável. O decote profundo me deixava um pouco hesitante, mas ao mesmo tempo… poderosa. Por cima, o casaco de pele felpuda e sintética bege, que ia até meus pés, caía sobre os ombros como uma armadura luxuosa, exagerado para meu gosto habitual, mas de alguma forma perfeito para a noite.
A meia-calça com pequenos brilhos acrescentava um detalhe sutil, mas chamativo o suficiente para dizer que eu sabia o que estava fazendo. E as botas de couro preto, de cano alto e salto fino, me davam centímetros extras de confiança, mesmo que meus pés reclamassem mais tarde.
Ajeitei a alça da bolsa no antebraço, conferi o relógio dourado no pulso e respirei fundo. Estava pronta para essa noite com Ri