Ricardo Santana
Eu torcia para que tudo do dia anterior não passasse de um delírio. Quem sabe, ao entrar na sala de reuniões, eu não encontraria Eliana. Talvez a Vogue tivesse enviado outra representante. Talvez ela tivesse percebido a loucura que fez e simplesmente sumido da minha vida outra vez.
Mas nem se eu rezasse com fé isso aconteceria. Assim que cruzei a porta, vi aqueles longos cabelos loiros de costas para mim. Sua voz ecoava pela sala enquanto um slide exibia as expectativas da Vogue para a campanha.
Desviei o olhar para Kate. Mesmo mantendo a postura profissional, estava claro que ela não concordava com nada daquilo. Me sentei ao seu lado, mas ela permaneceu impassível, encarando o slide. Foi quando finalmente compreendi o motivo do desconforto geral.
Aquilo não tinha absolutamente NADA a ver com a nossa marca.
Nossa empresa nasceu como um sex shop. Sensualidade, desejo, prazer. Esse sempre foi o nosso DNA.
Mas Eliana propunha algo totalmente diferente: uma campanha clean,