NICK
— Marcus. — Falei por fim, rompendo o silêncio com a voz embargada. — Me desculpe. Achei que estava fazendo isso para o seu próprio bem, pois havia prometido cuidar da sua família antes de partir e, justamente por isso, não queria ligar até ter algo concreto para relatar.
No entanto, Marcus não aceitou nenhuma justificativa, e sua voz soou amarga, carregada de ressentimento:
— Mas você falhou, não foi? Minha esposa foi levada. E a irmã e a avó dela? Continuam caídas, feito belas adormecidas. Você acha que isso é algum tipo de desenho animado, Nick? São pessoas de verdade, vidas reais que você deixou serem usadas desse jeito por algum idiota!
As palavras dele cortaram o ar como um chicote, atingindo com precisão cruel, e, de certa forma, ele estava certo, porque todos nós tínhamos falhado, permitindo que as coisas saíssem do controle e se agravassem além do que poderíamos imaginar.
Sem dizer mais nada, Marcus encerrou a ligação, deixando-nos mergulhados em um silêncio atordoado, e