Ponto de Vista de Mara
De repente, tudo mudou.
Não foi um som, nem um gesto. Foi uma sensação. Uma presença antiga que atravessou o ar da mansão como um sussurro vindo de outro tempo. Meu coração acelerou, não de medo, mas de reconhecimento. Era como se algo muito antigo tivesse sido despertado dentro de mim.
Callum.
Eu senti ele.
E senti todo o passado refletido nos olhos daqueles bebês.
Jaqueline percebeu meu silêncio repentino. Ela se aproximou devagar, com aquele cuidado instintivo de uma mãe recém-nascida, e sorriu para mim com doçura.
— Quer segurar a Laila? — perguntou, a voz carregada de confiança.
Antes que eu pudesse responder, ela já colocava a pequena em meus braços.
No instante em que o corpo minúsculo tocou o meu, o mundo parou.
Laila era leve, quente, viva. Seu cheiro era puro, algo que não existia há milhões de anos, algo que nem mesmo deuses conseguiam criar. Seus olhos ainda fechados se moviam lentamente, como se sonhasse com algo bom.
Meu peito se apertou