Ponto de Vista de Mara
Na manhã seguinte, eu acordei diferente.
Havia algo leve dentro de mim, uma ansiedade boa, quase juvenil, que fazia meu coração bater mais rápido. O sol ainda mal tinha atravessado as cortinas quando me sentei na cama, sentindo aquela sensação rara de expectativa que não vinha acompanhada de medo ou presságio.
Hoje eu veria Jaqueline.
Minha amiga.
Minha sobrevivente.
Minha prova viva de que nem tudo que nasce da escuridão está condenado a permanecer nela.
Apolo resmungou algo ao meu lado, ainda meio adormecido, e Arthur se virou na cama, abrindo um olho desconfiado.
— Você já está acordada — Arthur murmurou, mais constatando do que perguntando.
Sorri.
— Estou — respondi baixinho. — Não consegui dormir direito. Estou animada.
Apolo se apoiou em um cotovelo, observando-me com aquele olhar atento que sempre fazia parecer que ele enxergava além do que eu dizia.
— Animada… ou inquieta? — perguntou.
Pensei por um instante.
— Um pouco dos dois — confesse