A manhã chegou fria, com o vento entrando pelas frestas da janela e o cheiro de terra úmida vindo do bosque ao redor da casa. Eu mal tinha dormido. Aquela visão — ou sonho, se é que posso chamar assim — ainda me atormentava. A imagem da mulher com olhos diferentes não saía da minha mente. Um verde e um azul. O arco de luz. A menina de cabelos brancos dizendo que era a nossa mãe, depois que voltei dormir apaguei, e quando acordei os gêmeos já tinham levando e me senti sozinha.
Desci as escadas devagar, tentando me acalmar. Apolo e Arthur estavam sentados na grande mesa da cozinha, conversando baixo entre si. Os dois pareciam sérios, concentrados. Quando perceberam minha presença, seus olhares se voltaram para mim quase ao mesmo tempo. O coração apertou no peito. Algo me dizia que precisava contar logo o que tinha acontecido.
Respirei fundo e falei:
— Eu preciso contar uma coisa pra vocês.
Arthur foi o primeiro a se levantar, vindo até mim. Ele colocou as mãos em meus ombros, seu toque