Capítulo 59
Don Vinícius Strondda
Voltei pro carro com a respiração mais controlada, o corpo pedindo trégua e a cabeça grudada nas ideias como se fossem inimigos que não soubessem recuar.
— Vamos pra casa. Sei como podemos terminar o dia. — Olhei pra ela e apertei sua cintura.
Lucia sorriu e assentiu, então entrou no carro comigo.
Quando comecei a dirigir, o celular vibrou no banco ao meu lado. Vi no visor: Papà. Não deixei tocar até encarar a estrada; quando atendi, a voz de Antony veio curta, sem introdução:
— Papà?
— Vini, preciso que venha aqui em casa. Temos algo importante pra conversar.
O nome de Francesco veio na minha mente na hora.
— Claro, papà. É sobre o Francesco, né?
— Também. Venha imediatamente. Não vamos esperar até amanhã pra resolver uma pendência.
Desliguei, olhei pra Lucia. Ela me olhou de volta com um misto de medo e curiosidade — aquele brilho perigoso de quem sabe que a conversa não será comum.
— Fica tranquila — disse devagar.