Narrado por Alberto Almeida
Eu sempre achei que tinha tudo sob controle.
Por mais que tivesse tomado decisões questionáveis… sempre acreditei que fazia parte do jogo. Que no fim, o dinheiro resolvia tudo. Sempre resolveu.
Mas quando o telefone tocou naquela madrugada, e a voz do contato estrangeiro disse:
— Sua filha Bianca será leiloada esta noite...
…alguma coisa em mim quebrou.
Era real.
Era sério.
E, pior, era tarde demais para impedir o que eu mesmo ajudei a começar.
Peguei o primeiro voo para Dubai.
Nem pensei. Nem dormi. Nem comi.
Só me vi no avião, com a garganta fechada e a mente acelerada.
A imagem das minhas filhas me consumia como ácido.
Bianca.
Natália.
Que tipo de pai vende uma filha?
Que tipo de verme... sacrifica o próprio sangue por contratos?
Mas eu vendi.
E agora estava correndo contra o tempo para salvar uma.
Ao chegar,