O final da tarde caía sobre Dubai como um véu dourado. A luz do sol atravessava as janelas do escritório de Khaled, refletindo nas paredes de mármore e nas molduras de ouro puro. Mas não havia calor ali dentro. O ar estava denso, pesado. A presença do pai de Khaled era como um manto de ferro sobre seus ombros.
Sentado na poltrona à frente da mesa, o velho Rashid — elegante em seu traje tradicional, o olhar impenetrável e postura impecável — encarava o filho com a severidade de quem carrega séculos de tradição nas costas.
— Um mês — disse o pai, com a voz grave, firme. — Já se passou um mês desde o casamento. E ainda não ouvi nenhuma notícia.
Khaled cruzou os braços, encostando-se na cadeira. Sabia onde aquilo ia parar. Já conhecia aquele tom. Já conhecia aquele olhar. Ainda assim, tentou manter o controle.
— Que tipo de notícia o senhor espera ouvir, pai?
O velho estreitou os olhos.
— A única que importa. Um herdeiro. O sangue da nossa linhagem. O futuro da nossa casa.
Khaled apertou