Deitei sobre todas as roupas que havia jogado na cama. Alguns botões estão sendo pressionados contra minha pele, sinto o ardor se alastrar.
Cerise voltou para casa quando seus pais bateram em minha porta ameaçando derrubá-la.
São quase três da manhã, o sono não vem, Cerise não liga, Mogli não uiva lá fora, me convidando para a noite.
O frio se arrasta para dentro do quarto usando as brechas da janela mal fechada como um convite.
Me sinto perdido, e talvez esteja.
Jamais senti isso, essa dor no peito que infla até quase explodir. Talvez seja isso o que chamam de amor, ou o que nomearam loucura.