3. O AZUL QUE ME DEIXA VIVA

Passarinhos cantavam lá fora. 

Abri meus olhos e estava em meu quarto de hotel. As lembranças da noite passada inundaram minha mente e sorri, eu estava completamente encantada com Hália. Com seu sorriso, com sua presença tão dominante, mas tão gentil. Ela conseguia me fazer rir, me divertir e sentir um prazer absurdo apenas com as pontas dos dedos. Achei que poderia ser estranho. Que nós talvez não fossemos nos entender tanto, afinal aquela mulher era maravilhosa, poderia ter a mulher que quisesse, alguém cem porcento certa de sua sexualidade. Mas, por algum motivo ela tinha gostado de mim, e eu dela. 

Me levantei e caminhei para o banheiro tomar uma ducha. Tomei um banho rápido e minha pele estava tremendamente sensível depois daquele orgasmo incrível que eu havia tido nas mãos de Hália. 

No quarto, escolhi um longo vestido azul e coloquei um biquíni por baixo. Hália havia me trazido até meu quarto e combinamos de nos encontrar ao meio dia e meio para almoçarmos. Logo após ela me mostraria o arquipélago, pois tinha afirmado conhecer melhor do que qualquer pessoa cada pedacinho daquele lugar. Na frente do espelho apliquei o protetor solar e um pouco de corretivo no canto das olheiras pela noite não dormida direito, um protetor labial rosado e um rímel. Iria deixar meu cabelo secar naturalmente. Afinal, eu provavelmente entraria no mar e notei que minha pele estava levemente bronzeada de ontem. E minhas bochechas muito vermelhas e os olhos brilhantes. 

Um toque soou baixo na porta e quase corri para abrir, mas pareceria muito afobada. Embora meu coração martelava tão alto em meus ouvidos que era impossível não ouvir. E assim que abri a porta ele quase saiu pela boca. 

Hália estava vestida com uma camisa de linho cor crua e calças quase na mesma cor. O cabelo ondulado e rebelde dourado estava solto e com aquela perfeição de  rosto, ela não precisava de maquiagem. Ela estava corada como eu e abriu um sorriso enorme ao me ver. Impossível não abrir o meu tão gigante quanto. 

- Olha eu aqui de novo. - sua voz estava levemente rouca.

Me encostei na porta.

- É sempre um prazer. - sussurrei. 

Ela levantou a mão direita e tocou meu rosto. As pontas dos dedos acompanhando a linha de meu maxilar. 

- Tem um almoço pronto para nós em um canto muito lindo. Quer me acompanhar? 

Ainda sorrindo, fechei a porta do quarto e aceitei o braço que ela ofereceu.

- Como posso recusar essa oferta tão incrível? - respondi e ela riu. 

Nós saímos de meu hotel para as ruas e caminhamos devagar.

- Não comentei, mas você está linda. - ela disse. - Tem uma marina aqui perto. Eles fornecem todo o tipo de serviços e sei que você gostaria de explorar um pouquinho do que o arquipélago tem a oferecer. 

Assenti, ainda sorrindo.

- Seria incrível. - respondi. Acho que essa viagem era a melhor ideia que eu já havia tido. - Então, me conta um pouco de você. 

Ela me olhou, por algum motivo seus olhos se tornaram sérios.

- O que você quer saber? - ela perguntou. 

Dei de ombros.

- Não sei. Bem, de onde você é? - pensei.

Ela ergueu uma sobrancelha e parecia pensar demais para uma simples resposta. 

- De todos os lugares. - sua afirmação parecia algo não tão certo.

Revirei os olhos.

- Sim, isso eu já percebi. Mas, você não tem uma residência fixa ou um lugar que talvez fique com mais frequência, onde pode descansar o corpo e a cabeça… Onde tenha família quem sabe. - murmurei.

Seu rosto ficou ainda mais sério.

- Não tenho família. Todos a quem eu amava morreram. Realmente tenho muitas casas em vários lugares. Passo temporadas, às vezes em uma mais do que na outra, ou em lugares onde talvez esteja fazendo alguma ação ou trabalho. E quando preciso administrar os negócios deixo pessoas comandando isso. Tudo via internet. Raras são os momentos que preciso ficar engravatada. - ela fez uma careta daquilo ser perfeitamente normal para seu dia a dia. 

Olhei para ela. 

- Você nunca teve residência fixa? Quer dizer, seus pais viajavam também? - indaguei. 

Ela olhou para frente.

- Minha mãe era… Relapsa. Meu pai… Nem sei quem era. Eu sei que eu tinha um pai. Mas, não tive convívio. Com nenhum deles. Na verdade fui criada com meus irmãos e cada um foi para um lado. Não sei dizer onde estão. - ela explicou.

- Você não sente falta deles? Ou não pensa em procurá-los? 

Ela me olhou e sorriu de leve, mas percebi que o assunto não era um tema muito agradável, por talvez lhe trazer alguma dor ou desconforto.

- Não. E não. Daria mais trabalho do que ficar na situação em que estou tranquila e no fim, não valeria a pena. - Hália concluiu.

Algo para mim não fazia sentido.

- Mas, então você não tem nenhum contato com sua família? 

Ela suspirou, mas ainda mantinha o clima tranquilo.

- Cresci em um contexto diferente de família, amor. Não é como acho que você ou outras pessoas considerem entes queridos. Fui criada. Não nascida e amada por eles. O que teria feito com meus filhos se… - a voz dela se perdeu e sua expressão ficou magoada. 

Meu rosto não deixou de demonstrar minha surpresa.

- Você tem filhos?

Ela negou com a cabeça.

- Eu tive. Três. - ela não sorriu e por algum motivo achei que aquilo não era algo para se ter orgulho. - Mas, morreram. Assim como muita coisa que amei. Não tenho um passado muito bonito. 

Observei seus olhos muita coisa passaram por eles. 

- Você pode desabafar se quiser. Pode confiar em mim. - falei.

Ela parou, aquela altura já estamos beirando a praia e uma leve mata, provavelmente para chegar à marina, onde os barcos ficam atracados. Seus olhos tão vivos me encararam parecendo buscar alguma coisa e não sei exatamente o que ela viu, nossos passos ficaram mais lentos, sua mão deslizou em meu braço e ela segurou a minha mão, apertando seus dedos nos meus. 

- Não posso chamar o que tive como um relacionamento natural. O pai dos meus filhos, foi alguém que me viu e fui dada para ele por meus pais. Como uma égua premiada. As únicas relações que tive com alguém de outro sexo foram com ele. E não foram consensuais. Tive dois meninos e uma menina. Eles… Eram terríveis como o pai. Sua influência era completa. Mas Rhoda, minha menina era maravilhosa. Até uma tragédia acontecer e todo mundo morrer. - ela contou, senti que tinha mais, porém não perguntei.

Achei que precisava, então mudei de assunto. 

- Você nasceu onde? - olhei para o mar à nossa frente, não conseguindo encarar seus olhos, sabendo o que veria.  

Sua voz ficou mais tranquila e a rouquidão estava de volta.

- Sou da Grécia. Praticamente nasci dentro do mar Egeu. - ela sorriu.

Sorri de volta.

- Você não tem sotaque nenhum. - brinquei.

Ela apertou minhas mãos.

- Sou fluente em muitas línguas. Aprendi muito durante minha vida. 

Assenti.

- É, eu imagino. - olhei para seus olhos e eles derreteram em um mel líquido. - Mas, não parece tão velha assim. 

Hália bufou.

- Praticamente me chamaram de idosa. Pareço mais nova do que sou. Em teoria e aparência trinta e oito. - ela brincou. 

A diferença era de catorze anos, mas ela era linda demais para dizer que tinha mais de trinta. Não conseguia nem pensar no quanto. 

Nós atravessamos o píer, até um estabelecimento pequeno todo feito em madeira rústica. Entramos e ela ainda segurava minha mão quando um maître nos atendeu. Nos sentamos aos fundos, em um deque aberto ao sol lindo da tarde, senti a pele de Hália aquecendo sob meus dedos e ela levantou o rosto para a luz que era tão dourada quanto ela. Seu sorriso voltou tão iluminado quando seus olhos encontraram os meus, que sentia o coração quase atingindo a garganta. 

Pedimos uma refeição leve e ela ainda me olhava.

- E você? Me conta um pouquinho de você. - sua voz estava baixa, alegre.

Um vinho branco chegou e tomei uma taça. 

- Não tenho muito o que contar. Meus pais se conheceram na faculdade. Fundaram uma editora pequena que cresceu muito com o passar dos anos. Minha mãe morreu quando eu tinha nove anos. Um câncer a levou embora em poucos meses. Meu pai nunca mais foi o mesmo. Ele se casou de novo. Porém, faz um ano que minha madrasta e ele se separaram. As coisas têm sido bem difíceis depois disso. - comentei não quero detalhar o quão complicada era a minha situação.

Ela acenou com a cabeça me ouvindo. 

- É terrível o que a tragédia pode fazer com o coração, não é? - ela comentou. - Mas, me diga, você nunca se interessou por mulheres?

Pensei um pouquinho para responder de forma sincera. 

- Não que nunca tenha me interessado. Mas, nunca tive um caso amoroso. Na faculdade ficava com várias mulheres, porém sempre depois da décima lata de cerveja ou em alguma brincadeira. Nunca tomei iniciativa de alguma coisa assim. Tinha medo do que os meus pais pensariam ou do que poderiam fazer. - expliquei. 

Ela ouviu e parecia bastante interessada. 

Na verdade, parando para refletir eu nunca tinha sentido absolutamente nada por homens. Eu adorava ter o capricho de seduzir alguém, conquistar e ser o tipo de pessoa que ganhava o prêmio depois. Até mesmo de mulheres. Todas as que havia beijado, foram por que elas tomaram o primeiro passo, e quando a situação se aprofundava, eu fugia. Mas, não porque eu não gostava, talvez tivesse medo de gostar até demais. 

Nosso almoço veio e comemos durante um tempo em silêncio com certeza pensando em nossa própria vida e refletindo algumas coisas, notei que eu jamais havia sentido  atração como a que eu sentia por Hália. E isso me causava um medo. Poderia ser um eco dos medos passados, do bloqueio em temer liberar o que eu realmente era, mas de alguma forma eu queria descobrir, pois com ela era diferente. Ela me deixava à vontade, com tranquilidade para explorar isso e além de tudo, me deixava com o maior desejo, que incendeia tudo até me consumir.

Ela puxou assunto perguntando sobre coisas aleatórias de meu trabalho e da faculdade. Nossa refeição estava maravilhosa e depois comemos sobremesa. Ela não me deixou pagar a conta e ainda roubou a carteira com o valor, e colocando um bônus generoso. 

Ela segurou minha mão quando saímos da parte dos fundos. 

- Você veio de bíquini, não? - ela indagou.

Acenei que sim. 

- Você sabe nadar também?

Assenti de novo. 

- O que está planejando? - murmurei.

Ela riu e não disse nada. 

Ela me levou de volta à marina, andamos pelo píer de barcos atracados e chegamos na frente de um lindo catamarã. Sua estrutura angulosa e moderna, era branca, mas rica em detalhes dourados. Na lateral havia símbolos gregos que não soube identificar a tradução: μέχρι το τέλος. 

- Mechri to telos, está em grego. - Hália disse em meu ouvido, ao ver que eu havia parado para olhar. - Usque in Finem, latim. To the end, em inglês. Até o fim, em português. 

Ela me olhou e levantei meu rosto para o dela. Ficamos presas em uma bolha de tensão sexual arrepiante e não consegui desviar meus olhos dos dela. O castanho tão brilhante e vivo pulsava calor, assim como sua pele, que estava muito próxima a minha. 

Ela sorriu de canto, diabólica, me arrastando para a pequena rampa que estava escorada na lateral para a proa. Hália comprimentou toda a tripulação e acenou para o responsável pelo timão que desatracou do porto, para nos levar para alto mar. Fiquei meio nervosa, afinal eu nunca tinha andado de barco. Ela me guiou depois para a parte superior, subindo uma íngreme escada e ficamos na parte mais alta do barco. Havia duas longas espreguiçadeiras acolchoadas para tomar sol e ela indicou que eu sentasse. 

- É só vinte minutos até a parte que quero lhe mostrar. Você sabe que a flora e a fauna oferecida por Fernando de Noronha é vasta e extensa, não é? Mas descobri algumas coisas ainda mais lindas de se verem. Tudo que vou te mostrar, nunca compartilhei com ninguém. - ela disse. 

Sorri e me aproximei dela.

- Então vou ficar muito honrada de ser a primeira. - passei os dedos por seu cabelo ondulado e rebelde caramelo. 

Ela passou a língua pelos lábios e olhei para sua boca. Voltei a olhar em seus olhos e ela deu um sorriso completamente sem vergonha. Seus braços me puxaram de repente, me colocando em seu colo. Ela arrastou os dedos pela minha pele da coxa, subindo meu vestido até o começo de minhas pernas, que eu envolvi ao redor de sua cintura. Se ela ia me provocar, aquilo era um jogo para dois. Ela ficou séria, mas em seus olhos a perversão tomava conta deles. Sua mão espalmou em meu joelho, segurando minha perna a sua cintura. 

- Por que você não tira o vestido para que eu possa ver seu bíquini? - ela sugeriu. 

Totalmente sem vergonha, puxei meu vestido para cima, ajeitando o cabelo e os seios na parte de cima que estava meio torta bem na frente do rosto dela. Ela levantou a mão livre e fiquei parada em seu colo. Com a ponta do dedo ela desenhou círculos pelos meus seios e contrai a parte de dentro de minha coxa, sentindo uma avalanche de sensações intensas. Levemente inclinei minha cintura sob a sua e ela uniu as sobrancelhas, suspirando alto. Sua expressão era puro tesão e ela agarrou meu cabelo pela nuca, com força e fazendo com que eu arqueei minhas costas, mas não tirou seus olhos dos meus quando sua língua fez o mesmo curso que seus dedos acabara de fazer e gemi. Foi impossível conter a reação explosiva que senti quando seus lábios tocaram minha pele. Era sobrepujante o quão forte poderia ser aquilo, era prazeroso demais. 

Ela segurou minha bunda, com as mãos que estavam em minha coxa e ainda apertava meu cabelo. Sua boca desceu afastando o bíquini e chupou minha pele com força, mas não o suficiente para deixar marcas. Gemi mais alto e rebolei mais uma vez em sua cintura. Ouvi sua respiração ficar descompassada e a minha já estava completamente fora de controle. Ela soltou meu cabelo e foi minha vez de passar os braços por seus ombros e praticamente esfregava meus seios em seu rosto. Ela segurou um enquanto mordia de leve e passava sua língua tão provocativamente que era torturante em outro. 

Sentia meu núcleo entre as pernas se tornando cada vez maior e não deixei de rebolar mais em seu colo, ela segurou minha cintura e sua boca estava me deixando louca. Eu sabia que se ela continuasse assim, eu iria facilmente chegar ao ápice. Então o barco parou e nem percebi que os minutos haviam voado. Ela me soltou e seus olhos estavam terrivelmente sensuais.

- Acho que chegamos. - ela riu. 

Respirei fundo e tentei controlar a respiração que ofegava e sai de cima de cima de seu colo. Ela também fazia o mesmo e se levantou, tirando a camisa e a calça. Por baixo, usava um top branco e um shorts bem curto, ambos brancos como o meu bíquini.

- Vamos, antes que você me mate. - ela ajeitou nossas roupas em um canto e eu ri. 

Ela ofereceu sua mão, me levando para o convés e ali havia um aparelho de snorkel. Ela se abaixou e me ofereceu, me ajudando a colocá-lo. 

- Não preciso usar porque sei segurar a respiração durante muito tempo. Nós vamos mergulhar e quero que segure minha mão o tempo todo, se tiver qualquer problema, pode apertá-la. - ela explicou. 

- Eu nunca mergulhei. - falei, meio nervosa.

Ela segurou meu rosto.

- Confia em mim. - ela pediu, seus olhos enormes e vividos. 

Sorri e concordei.

Depois de equipada, descemos por uma escadinha, até a parte inferior, um pequeno deck próprio para entrar no mar. Ela me soltou e pulou na água. O mar estava extremamente calmo e Hália apareceu na água limpando o rosto e sorrindo.

- Vem! - ela chamou.

O aparelho em si não era pesado, mas ainda meio nervosa, me joguei no mar ao lado dela e a água gelada fez meu corpo se arrepiar completamente. Dei um gritinho e um mergulho antes de boiar. Hália ainda ria e passou a mão por minhas pernas. 

- Você é a coisa mais linda que já vi. - ela disse e eu ainda boiava, deixando o sol aquecer meu corpo para se acostumar com a temperatura gelada. 

Segurei a mão dela e coloquei a máscara para mergulhar. Ela se quer respirou fundo quando me puxou para baixo e a acompanhei. 

Dentro do mar estava escuro, mas o sol iluminava ao nosso redor e havia várias criaturas por perto, mas sequer se davam conta de nossa presença. 

Observei a vivacidade daquele azul infinito e me apaixonei pelo mar. Hália deu um toque em minha mão para que fossemos mais para baixo. A água que deveria se tornar cada vez mais fria, estava mais quente, inclusive a pele de Hália, que era febril em contato com a minha. Nós descemos mais e mais.  Não era tão escuro e a superfície não estava longe. Mas, vi lindos corais se espalhando pelas pedras do fundo do mar e sorri, olhando para Hália que me observava, esperando ver minha reação ao conhecer aquele mundo diferente e tão lindo. 

Era uma sensação muito infinita e completa. 

Nós ficamos paradas e Hália acenou para a frente. Olhei e parecia estar tudo calmo e vazio, azul e sem fim. Ia acenar para perguntar o que era e então senti. A pressão da água nos levou levemente para trás e ela segurou mais forte na minha mão e nadamos com mais firmeza, quando vi uma sombra gigante se aproximando. Antes que pudesse ficar assustada, percebi o que era e não acreditei. 

Grande, colorida e tão antiga quanto o mar, uma tartaruga nadava contra a correnteza e vinha em nossa direção. Nadei para trás, mas Hália me segurou firme e me abraçou, para que eu ficasse parada. Me protegi em seus braços que faziam um escudo ao meu redor. Encarei a tartaruga que chegava e ela parecia alheia a nós duas ali, invasivas em seu mundo vasto. Ela passou por nós duas tão rápido que nos agitamos contra o balanço que reverberou, mas ainda nos mantemos firmes. Antes que eu pudesse terminar de vê-la passando, mais e mais tartarugas passaram por nós, em uma carreata de cascos um maiores que outros e eu quis rir de surpresa, mas por meus lábios estarem presos pelo aparelho, apenas levantei as sobrancelhas e olhei para Hália. 

 Ela sorriu e assentiu. Sim, ela sabia qual era a sensação que eu estava sentindo.

Nós vimos todas as tartarugas passarem e então eu estava completamente sem fôlego, mas porque segurava a respiração de empolgação e alegria, extasiada com tudo aquilo. Assim que elas foram embora e sumiram de nosso campo de visão, Hália me puxou para cima e nadamos para a superfície. Meu coração batia descompassado e eu vibrava pela emoção. 

Ao atingir a superfície, Hália riu e tirou o cabelo do rosto. Ela sequer parecia cansada de estar até agora sem respirar, seu rosto diferente e tão dourado estava esfuziante como o meu. E sem pensar duas vezes, tirei a máscara e como estávamos do lado da beira do barco, coloquei a máscara perto da beirada.  Hália ainda sorria quando me aproximei e agarrei sua cintura, colando minha boca na sua. 

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