85. O APARELHO NO CORPO
VICTORIA:
A sua respiração era pausada, mas seu olhar revelava um descontrole interno que mal conseguia conter. Ricardo deslizou suas mãos com firmeza em minhas coxas, uma pressão calculada que se debatia entre o profissional e o íntimo. Estava a centímetros de distância, e cada movimento dele me fazia sentir presa em uma tensão que não conseguia decifrar.
—Vou revisar cada lugar, cada canto. Se você quer sair disso, confie em mim, não deixarei nenhum lugar sem revisar —falava com gravidade, mas a calidez da mão que apoiou em meu quadril o contradizia.
Assenti, sentindo o sangue pulsar nas minhas têmporas. Meu corpo continuava reagindo; cada contato disparava uma faísca que me consumia. Aguentá-lo era uma tortura, mas me mover era um erro que ele não iria tolerar.
—Você prometeu que iria investigar. Não pare, Ricardo —pedi, mal em um sussurro. Não tinha forças para mais.
Então o vi parar por um momento, com o olhar fixo em uma parte do meu corpo. Sua testa se franziu e seu ros