79. LUTA DE FERAS
Acordei envolta em um véu de confusão, meu olhar vagueando incerto pelos confins do meu quarto. Através das cortinas, que mal se atreviam a filtrar a tênue luz do amanhecer, consegui distinguir a figura de Morgaine, dormindo em uma poltrona próxima. Minha mente era um turbilhão de perguntas sem respostas, incapaz de recordar os eventos recentes. Lembrava vagamente de ter me deslizado para a cozinha, escondendo-me para captar fragmentos de conversas alheias, e depois, uma dor aguda e penetrante na área de uma recente cirurgia me mergulhou na escuridão.
Sentada na cama, um manto de temor me envolvia. As palavras do doutor Herrera ressoavam em minha mente como um augúrio funesto: "Amaya, você nunca deveria ter permitido que Daniel te batesse, e menos ainda nessa parte da cabeça. É extremamente perigoso. Você pode começar a sofrer lapsos de memória". Ainda podia ouvir minha própria voz, tingida de incredulidade e ignorância: "O que é isso?". E a resposta do doutor Herrera ainda vibrava co