76. TENTATIVA DE ATENTADO
RICARDO:
O golpe seco em minhas costas me fez girar apenas para ver Victoria estendida no chão. Corri para levantá-la e deitá-la na cama, mandando de imediato buscar o médico. Ele me perguntou se ela tinha tido algum tipo de choque, mas respondi que não.
Então ele disse que ela deveria estar exausta e que eu a deixasse descansar. Mas ela chorava em seu sonho, assustada, e não soltava a minha mão. Ela estava segurando-me, suplicando que não a abandonasse.
Aquela súplica que saiu entre soluços não apenas me inquietou, mas abriu em mim uma fenda que eu havia ocultado por anos. O médico não ficou muito tempo, deixou algumas orientações simples e saiu do quarto rapidamente, quase como se tivesse sentido que aquele momento não lhe pertencia.
A escuridão do quarto era apenas interrompida pela luz tênue das lâmpadas ao lado da cama. Victoria continuava chorando em seu sonho; seus lábios tremiam enquanto pronunciavam palavras ininteligíveis que se misturavam com as lágrimas que umedeci