89. O Amanhecer Entre as ruínas.
Acordei com a luz suave do amanhecer filtrando-se por entre as frestas das pedras que formavam nosso abrigo improvisado. O frio da madrugada ainda persistia, mas agora era mais brando, como um último suspiro antes de se render ao calor do dia que se anunciava.
Por um momento, permaneci imóvel, ouvindo apenas a respiração tranquila de Noctis, adormecido ao meu lado. O rosto dele, tão próximo, parecia menos tenso agora, livre das sombras e das urgências da noite anterior. Um fio de cabelo escuro caía sobre a testa, e, sem pensar, estendi a mão, afastando-o delicadamente.
Ele abriu os olhos devagar, focando os meus, e sorriu de leve, sem dizer nada. Apenas aquele sorriso, discreto, mas tão cheio de significado, como quem compreende sem precisar de palavras.
— Está doendo? — perguntei, referindo-me ao ferimento que havia cuidado na noite passada, não havia se curado completamente pela fal