18. Um momento para descansar.
Depois de dois dias voando sem descanso, encontramos um local seguro para acampar: uma clareira escondida próxima a uma cachoeira. A queda d’água, com seu som constante e revigorante, era perfeita — refrescava o corpo cansado e nos oferecia água fresca para a jornada. Ali, a natureza parecia proteger seus visitantes.
Eu me ofereci para assumir o primeiro turno de vigilância. Sentei-me numa pedra alta, com uma visão ampla do acampamento e da floresta densa ao redor. Meu pai, Altair, estava visivelmente exausto. Os traços tensos em seu rosto, o olhar pesado… Havia algo nele que me preocupava profundamente. Não era apenas o cansaço físico; era como se ele carregasse um fardo oculto. Desde nossa partida, ele mal falara comigo, e eu ainda não tivera coragem de confrontá-lo sobre suas ausências anteriores.
Talvez o medo de saber a resposta me impedisse.
O fato de ter sido praticamente órfã em outra vida tornara-me ferozmente protetora nesta. Era instintivo.
Enquanto vigiava, deixei meus