Evan Narrando
O celular do Sr. Ferraz começou a vibrar em cima da mesa da sala da diretoria, o barulho abafado no meio de tantos policiais e do burburinho do pessoal da equipe tentando manter a calma. Eu estava sentado do lado dele, com as mãos suadas e o coração disparado. O visor mostrava: Número desconhecido. Na mesma hora, todos na sala ficaram em alerta, e o delegado fez um sinal com a mão, indicando que ele atendesse.
O Sr. Ferraz, com os dedos tremendo, deslizou o dedo na tela e colocou o aparelho no ouvido.
— Alô? Quem tá falando?
O silêncio durou só alguns segundos, mas pareceu uma eternidade. Então, a voz da Flora ecoou no viva-voz. O som dela entrou pelos meus ouvidos como uma facada no peito. A voz fraca, trêmula, mas ainda assim reconhecível.
— Pai. Me desculpa. Eu... eu tô em perigo.
— Flora, minha filha.
— Pai, me ajuda, ele disse que quer dois milhões de reais. Por favor, não demora, se não ele vai me matar.
Meu corpo inteiro gelou. Eu queria gritar, queria tomar o t