Capítulo 10.
GABRIEL CLARK NARRANDO:
Eu estava no meu escritório, observando as obras de reforma no prédio da empresa, sentado à minha mesa, olhando para a planta baixa e os projetos que ainda precisavam de ajustes. Nova York parecia não ter me recebido de braços abertos, mas eu estava aqui, recomeçando. Eu tinha voltado, mas por um motivo bem pessoal e muito longe de ser uma decisão fácil. O que eu realmente precisava era de uma pausa, mesmo que por um tempo.
Eu estava distraído com os cálculos do custo da obra quando ouvi a porta do escritório se abrir. Levantei os olhos, esperando ver um dos meus assistentes ou alguém da equipe, mas, para minha surpresa, era ele. Meu pai.
— Você chega na cidade depois de tantos anos e não avisa? — ele disse, a voz firme, mas com uma certa tensão no ar.
Eu respirei fundo e fechei os olhos por um momento, tentando encontrar alguma paz antes de responder. Ele estava de fato aqui. Não que eu estivesse fugindo, mas tinha planejado tudo para que ele não sou