Ellen Vasconcellos.
Acordei antes mesmo do despertador tocar.
O céu ainda estava escuro, mas algo dentro de mim já me puxava para fora da cama.
Talvez o silêncio estranho. Ou o leve barulho vindo do outro quarto.
Coloquei minhas pantufas, ajeitei o meu cabelo e saí do meu quarto.
Fui direto até o outro quarto, onde minha mãe dormia. Ou pelo menos tentava.
Ela estava acordada, deitada de lado, os olhos abertos, fundos. Havia um travesseiro extra embaixo das pernas e um cobertor puxado até o pescoço. Uma das enfermeiras estava perto, ajustando a bolsa de soro, enquanto outra preparava algum remédio na bandeja.
— Mãe… você não tá bem? — murmurei, sentando na beirada da cama e segurando sua mão gelada.
— Só estou cansada, meu amor — respondeu com um sorriso fraco. — É normal, o tratamento mexe com tudo… e eu sou teimosa. Não tô comendo como deveria.
— Eu posso te levar ao médico hoje. Se você quiser…
— Vamos levar sua mãe depois do almoço — respondeu uma das enfermeiras, com