CAPÍTULO 4

*Alguns dias depois*

Recebi uma ligação do meu pai hoje, dizendo:

"Olivia, esteja na minha sala após o almoço.”

Agora, de frente para a porta de sua sala, dou três batidas suaves para demonstrar minha presença e entro. Ele está em sua cadeira, digitando sem parar no notebook. Sem dizer nada, me posiciono à sua frente logo depois de colocar minhas agendas em cima da mesa.

— Boa tarde, pai. Estou aqui.

Finalmente ele eleva o olhar e diz:

— Ótimo. Preciso te passar alguns detalhes sobre a obra idealizada pelo prefeito.

Ele fecha o notebook.

— De acordo com as exigências dele, não existe terreno desocupado com tamanha capacidade. Confesso que, por um momento, isso me deixou bastante preocupado. — B**e a mão de leve na mesa. — Mas encontrei um lugar perfeito. Só precisamos de uma forcinha, pois o responsável pelas terras se mostrou resistente à proposta de venda.

Gira um pouco a cadeira, como se estivesse pensando.

— Arthur Guimarães. É o nome do dono do lugar.

Ele explica que o terreno já tem estrutura construída e que é o único com a capacidade de que precisamos. Ao que parece, lá funciona uma fazenda que não possui mais objetivos agrícolas, mas sim residenciais.

Rapidamente, ele liga a tela de seu tablet e me mostra imagens do lugar. Eu gosto. Na verdade, é perfeito.

— Não fica tão perto do centro da cidade, é em média vinte quilômetros, mas não vai interferir. O objetivo é justamente afastar as famílias da correria da metropolitana por um dia — aceno com a cabeça. — Vai nos dar um pouco mais de trabalho; teremos que demolir muita coisa, mas a estrutura natural faz valer a pena.

Ele guarda o tablet e puxa uma das minhas agendas à minha frente. Quando ainda estou pensando no que ele pode querer com ela, começa a escrever um número de telefone. Ao terminar, estica a agenda novamente na minha direção.

— Esse é o contato do Arthur — Arthur... o dono das terras? — Como eu disse, não conseguimos fechar acordo. O homem é resistente demais.

Pela primeira vez, faço uma pergunta:

— Entendi. Então, o que vamos fazer?

— O que vamos fazer? Minha parte eu já fiz. — Ele me olha como se tivesse agulhas nos olhos, prestes a me furar.

— Você vai ligar para ele, vai atrás dele, vai visitar a casa dele até convencê-lo a vender. Vai virar um carrapato no seu pé, e você tem duas semanas para acabar com isso. — Passa as mãos no cabelo, com um certo desespero.

— Eu não posso perder esse contrato. É coisa grande. Nunca tivemos uma oportunidade assim.

É isso que preocupa. É terrivelmente importante, e não consigo ficar calada.

— Pai, como vamos efetuar um projeto desse tamanho com os recursos que temos? Todas as nossas equipes estão designadas a operar em obras que já estão em andamento. Temos projetos atrasados. Não podemos deslocar funcionários de um lugar para o outro e arriscar um processo.

— Não tenho com o que me preocupar. Tenho um plano e novos negócios em mente.

Ele Tamborila os dedos da mão direita na mesa enquanto mantém a atenção em mim. Só consigo reparar no quanto sua expressão parece cansada.

— Não queira se envolver nessa parte. Faça o que mandei fazer.

No fim das contas, só me resta aceitar.

— Farei.

Sei que esse projeto tem deixado meu pai estressado de uma forma fora do normal. Se fossem tempos normais nos negócios da família, a estrutura de mão de obra não seria um fator preocupante. Mas, da forma como está no momento, eu não sei. É um risco.

Saio da sala segurando firme minhas agendas.

Duas semanas. É o que eu tenho.

Decido, por fim, iniciar essa missão hoje mesmo.

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