Marcelo.Minutos depois...Levantei-me do sofá e caminhei até a mesa da sala de jantar, onde um policial buscava coisas sobre Diego. Minha mãe acionou seus colegas de trabalho e tínhamos conseguido um mandado para ele. Assim como um mandado para seu celular e sua conta bancária. Com isso, havíamos descoberto que ele havia retirado todo o dinheiro que havia no banho há dois dias atrás. Que havia deixado a pousada onde estava hospedado e, desde então, não se sabia dele.Diego havia ligado e marcado o encontro para a entrega do dinheiro, que seria feita em poucas horas. Agora esperávamos a chegada do delegado que tinha ido com seus detetives e alguns policiais à casa da ex-esposa de Diego em busca de informações sobre onde ele estaria e para onde teria levado Thalia.Eu olhava o relógio o tempo todo, e a angústia se estendia dentro de mim. Meus pais estavam em constante contato com seus conhecidos, entre eles advogados, juízes, promotores, empresários, médios ou qualquer pessoa que pudes
MarceloEstacionei a moto ao avistar a casa, o lugar era distante e não havia muitas casas por perto. Podia ver alguns drogados ao longe, me encarando, mas não podia ligar para isso. Thalia precisava ser salva.Larguei o capacete da moto e segui para a entrada da casa. Espiei para dentro, buscando ver algo. O muro era alto, mas encontrei uma janela do lado direito e, se encontrasse algo que me ajudasse a subir, poderia escalar. Aproximei-me da janela e observei cuidadosamente ao redor, procurando por qualquer objeto que pudesse usar para escalar o muro. Avistei uma caixa de lixo próxima e decidi que seria minha melhor aposta. Com cuidado para não fazer barulho, me aproximei da caixa e a arrastei até a parede. Subi nela com cautela, sentindo meu coração bater forte no peito com a adrenalina da situação. Com um impulso final, consegui me erguer o suficiente para alcançar a borda do muro.Concentrado, consegui me puxar para cima e me equilibrar no topo do muro. Olhei para dentro da propr
MarceloA tensão e o medo só aumentavam, mas eu precisava manter a cabeça no lugar e impedir que uma tragédia acontecesse.— Calma, a polícia está lá fora, mas tudo pode se resolver. — Meus olhos dançavam entre ele e Thalia, encolhida no chão, chorando e com as mãos na barriga. Pedi internamente que nada tivesse acontecido com nossa filha. Ela não suportaria perdê-la.Voltei minha atenção ao miserável diante de mim.— Eu falo com a polícia, meu pai irá te entregar o dinheiro e posso arrumar um carro para fugir. Terá tudo o que quiser, só fique calmo e não atire.— Diego Trevisan, a casa está cercada, se entregue e saia com as mãos para cima. — Era a voz do delegado Valdez. Deveria estar falando pelo alto-falante.— Não há escapatória, Diego, nos deixe ir e eu farei com que seja livre, prometo.— Não acredito. Eles irão me ferrar assim que sair daqui.— Não vão, têm a minha palavra. Mas preciso que me deixe tirar Thalia daqui, ela está grávida e precisa de cuidados. O bebê precisa de c
Marcelo.— Nossa filha vai nascer. — Thalia falou, tentando dar um sorriso, mas que saiu como uma careta, e seguiu gemendo de dor.Sorri amplamente e a segurei forte. Começamos a andar para fora da casa, a passos lentos, deixando a confusão que se formou ao nosso redor para trás.— Vamos para o hospital, já está tudo pronto para a chegada da nossa princesa. — Falei, já do lado de fora, após avisar aos policiais que minha noiva tinha entrado em trabalho de parto.— Eu te amo. Obrigada por nunca ter desistido de mim.— Estava no meu destino, era minha, e eu não costumo deixar escapar o que me pertence.Ela sorriu.— Nem um pouco possessivo, não é? — Beijei seus lábios.Chamaram o delegado e ele nos acomodou no banco de trás do seu carro. Entrou e deu ordens aos policiais para avisar ao hospital que estávamos indo para lá, assim como pediu que duas viaturas nos escoltassem. As sirenes soaram e o carro foi posto em movimento.— Aguenta firme, meu amor, logo teremos nossa filha em nossos b
Thalia.Meses depois...Um sorriso desponta nos meus lábios ao olhar no espelho e ter a visão dos meus sonhos se materializando diante de mim. Meus cabelos foram cuidadosamente arrumados em um coque romântico, com mechas suaves caindo ao redor do meu rosto. Uma tiara de pérolas e delicadas flores brancas adorna minha cabeça, conferindo um toque celestial ao meu penteado.Meus olhos se fixam no vestido, uma obra-prima de renda e tule. O corpete justo abraça suavemente minha figura, realçando cada curva avantajada com elegância. Detalhes de renda adornam os ombros e o decote em V, acrescentando um toque de feminilidade e romance. A saia volumosa e fluida se espalha pelo chão em camadas etéreas, como se fossem nuvens ao meu redor. Cada movimento parece uma dança, e sinto-me envolvida por uma aura de pura magia.Como em um conto de fadas. No meu conto de fadas.Aos meus pés, os sapatos são de cetim branco, simples e elegantes, adornados com pequenos detalhes de strass cintilantes. Ele
Thalia — Parabéns, amiga. — Vivian chegou a mim, saudando-me com os olhos úmidos e um sorriso sincero nos lábios.— Obrigado, amiga. — A apertei entre meus braços, prolongando o abraço que me dera.— Está tão linda, morri de ansiedade para ver como seria seu vestido.Sorri. Eu tinha feito suspense a todos. Queria que fosse surpresa não só para Marcelo, que me olhava com olhos gulosos e emocionados ao me ver vestida de noiva.— Obrigada. Você também está linda. Escolhi o azul-turquesa como a cor para os vestidos das minhas madrinhas, e Vivian simplesmente brilhou no seu vestido. Era como se ele tivesse sido feito sob medida para ela. A delicadeza das alças finas, o decote em V que realçava sua beleza natural e a saia fluida que a fazia parecer tão graciosa enquanto caminhava. E aquele toque de brilho nos detalhes... Perfeito!O que mais me tocou foi ver como ela estava radiante e confiante nele. Parecia que o vestido não apenas complementava sua beleza exterior, mas também refletia
Marcelo.Anos depois...— Hora da troca de fralda! Você está pronto para isso, meu pequeno herói? — exclamei com uma expressão animada enquanto me preparava para trocar a fralda do meu filho, que sorria feliz à minha frente, deitado no trocador sobre a cama.— Ba-ba-ba! — balbuciou, respondendo com entusiasmo.— Isso mesmo! Vamos lá, vamos tornar essa fralda limpinha — disse, pegando os lenços umedecidos e começando a limpar suavemente seu bumbumzinho.— E agora, uma missão superimportante: a limpeza da barriguinha! — brinquei, fazendo uma voz engraçada, o que fez o bebê gargalhar.— Ah, você gosta disso, não é?— Que barriguinha fofa você tem! — beijei e fiz sons de pum na barriga dele.Enquanto o limpava, fazia caretas engraçadas e sons divertidos para mantê-lo entretido. Havia alguns brinquedos e ursos ao seu redor, mas Lucas preferia brincar com a escova de cabelo.Meu peito se enchia de alegria e gratidão ao ver seu sorriso ou ouvir os barulhinhos que ele fazia.No final, eu semp
Capítulo 1 Thalia.Batuquei os dedos, nervosamente, sobre a mesa, mordendo o lábio inferior numa tentativa frustrada de conter a ansiedade que me assolava. Finalmente, a porta se fechou atrás de nós, proporcionando um refúgio do barulho insistente vindo da sala de espera, que estava começando a me irritar.Respirei fundo, enquanto meus olhos se fixavam nos meus dedos. Havia feito as unhas, ou melhor, as havia pintado com um discreto tom de rosa-claro, sempre preferi tons mais sutis e discretos, e ao examinar mais detalhadamente, notei uma pequena cutícula levantada no canto da unha do meu dedo mindinho.Sem pensar, levei a mão à boca e tentei remover a cutícula com os dentes, fazendo uma careta ao puxar e sentindo um pouco de dor pela ação que acabou ferindo o cantinho da minha unha. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas o tédio e a ansiedade obtinham o poder de me fazer agir impulsivamente. Em outras palavras, eu fazia merda quando estava entediada. Manter o controle era um desaf