Marcelo.
Abro os olhos lentamente, lutando contra a escuridão que parece envolver minha mente. Minha visão está embaçada e uma luz fraca brilha acima de mim, criando contornos turvos ao redor do que presumo ser o teto. Um zunido constante preenche meus ouvidos, como se estivesse ouvindo o mundo através de uma concha marinha.
Tento mover-me, mas uma sensação de peso e rigidez me prende. Meus músculos protestam contra o movimento, como se eles tivessem há tempos adormecido. Sinto uma pressão em meu peito, como se algo estivesse me mantendo ancorado à cama macia abaixo de mim.
Respiro fundo e busco no fundo da minha mente o que poderia estar acontecendo comigo. É quando as memórias começam a surgir, lentamente se formando em minha mente confusa. Um lampejo de luz, o som de pneus deslizando sobre o asfalto, Thalia e Mariah gritando por mim, o impacto do veículo contra meu corpo, a sensação de voar pelo ar e a dor que isso me causou.
Fui atropelado!
O ar me falta e busco respirar com avide