Lia Perroni
A porta se abriu e Kairós surgiu, trazendo consigo a pequena Eva. Assim que me viu, um sorriso iluminou o rosto da minha filha, e ela começou a se agitar nos braços dele, estendendo as mãozinhas em minha direção. A peguei no colo, cobrindo seus cabelos macios de beijos.
— Mamãe, fome... — ela anunciou, sua vozinha doce derretendo um pouco da tensão que ainda pairava no ar.
Sorri para ela, um alívio genuíno aquecendo meu peito.
— Certo, meu amor, então vamos preparar uma papinha bem gostosa — disse, caminhando em direção à cozinha com Eva aninhada em meus braços.
Senti o olhar de Kairós me seguindo. Ele parecia carregar um peso, hesitante em dizer algo.
— Tem algo para me dizer? — incentivei, parando na entrada da cozinha e me virando para ele.
Ele suspirou profundamente, passando a mão pelos cabelos.
— Me desculpe, Lia. Eu não devia ter brincado daquela maneira sobre a condição da Esmel. Foi errado, insensível, e eu me sinto péssimo por isso. Também não quero ficar brigado